INFRAVERMELHO MÉDIO E PRÓXIMO DO LENHO CARBONIZADO DE ESPÉCIES FLORESTAIS
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Aluno de Iniciação Científica: Rayra Flávia Grando Borzi (IC-Voluntária)
Curso: Engenharia Industrial Madeireira (MT)
Orientador: Graciela Inés Bolzon de Muñiz
Co-Orientador: Silvana Nisgoski
Colaborador: André Simon, Felipe Strapasson Lazzarotto,
Departamento: Engenharia e Tecnologia Florestal
Setor: Setor de Ciências AgráriasFrancielli Rodrigues Ribeiro Batista
Área de Conhecimento: 50204017
RESUMO
A técnica da espectroscopia, sendo um método de análise não destrutivo, ganhou interesse nas últimas décadas, por permitir o acompanhamento contínuo de propriedades físicas e mecânicas de vários materiais, como aço, concreto e madeira. A família Lauraceae possui cerca de 50 gêneros e aproximadamente 3.000 espécies lenhosas, distribuídas pelas regiões pantropicais, principalmente nas florestas centro e sul-americanas, constituindo um dos grupos taxonômicos de maior dificuldade para a caracterização das espécies, que mesmo pertencendo a diferentes gêneros, apresentam uma acentuada uniformidade morfológica. A carbonização da madeira tornou-se um meio de burlar a fiscalização, uma vez que o contraste das estruturas anatômicas desaparece em função da homogeneização da cor do lenho carbonizado. Pelo exposto acima e considerando a devastação de florestas nativas e literatura escassa sobre discriminação de espécies através do lenho carbonizado, este trabalho teve como objetivo a utilização do infravermelho próximo e médio para a distinção de espécies da família Lauraceae. Foram estudadas três espécies: imbuia (Ocotea porosa (Nees) L. Barroso), sassafrás (Ocotea odorifera (Vellozo) Rohwer) e canela (Nectandra sp.) em virtude do grande valor comercial, dificuldade de diferenciação da madeira em campo, e em função da imbuia e sassafrás estarem na lista de espécies ameaçadas de extinção. Foram carbonizadas 15 amostras de cada espécie em regime de rampas e temperatura final de 450 °C, num total de 5 horas. O material foi então moído e classificado. Foram obtidos 140 espectros de cada espécie, do material em forma de pó, em um espectrofotômetro Tensor 37 da Bruker, em reflectância difusa, operando na faixa do infravermelho próximo (4000 a 10000 cm-1) e médio (400 a 4000 cm-1). Os modelos de calibração foram desenvolvidos com o auxílio do software Unscrumbler ®, versão 10. Embora as três espécies sejam semelhantes anatomicamente, em função da quantidade de células oleíferas e composição química do óleo de cada uma, o infravermelho próximo e médio possibilitam a discriminação das espécies, mesmo após a carbonização, sendo possível a sua aplicação em campo para a fiscalização do comércio ilegal.
Palavras-chave: Espectroscopia no Infravermelho, Discriminação de Espécies, Lenho Carbonizado.