ECOLOGIA COMPORTAMENTAL DE ABELHAS SEM FERRÃO: PREFERÊNCIA DE FORMA E SIMETRIA FLORAL
0265
evinci/resumo_0265.html
Aluno de Iniciação Científica: Julia Lopes Henke (PIBIC/CNPq)
Curso: Ciências Biológicas (M)
Orientador: Gabriel Augusto Rodrigues de Melo
Departamento: Zoologia
Setor: Setor de Ciências Biológicas
Área de Conhecimento: 20404000
RESUMO
Estudos de comportamento dos animais visitantes florais são de grande importância para a compreensão dos sistemas de polinização. Muitas flores apresentam características específicas utilizadas para atrair certos tipos de polinizadores. Entre estas características estão a forma e a simetria floral. Estudos sobre preferência de formas florais em abelhas se restringem a Apis mellifera e ao gênero Bombus, não sendo conhecido o comportamento de abelhas nativas sem ferrão da subtribo Meliponina. Buscando aumentar o conhecimento nesta área foi investigada a preferência por simetria floral de operárias forrageiras da espécie Melipona mondury, por meio de flores artificiais. Flores artificiais com simetria radial e bilateral foram confeccionadas em papel cartão roxo, com uma abertura central na qual se encaixou um tubo eppendorf preenchido com solução de sacarose 50%. Um suporte retangular de papel cartão verde escuro foi confeccionado para a fixação das flores artificiais. Inicialmente algumas abelhas foram submetidas ao seguinte treinamento: uma operária saindo de sua colméia era capturada e levada ao local do teste, onde lhe era apresentada um alimentador com solução sacarose 50%. As abelhas que retornavam ao local e se alimentavam da solução eram marcadas e utilizadas no experimento de escolha. Para as abelhas marcadas eram oferecidas quatro flores artificiais, sendo duas radiais e duas bilaterais, apresentadas ora na posição vertical, ora na horizontal. Foram utilizadas vinte e quatro abelhas em cada uma das posições, cada uma realizando dezesseis escolhas. Foi registrado o número de aproximações de cada abelha em cada categoria de simetria nas duas posições. As abelhas apresentaram uma preferência significativa por flores bilaterais na posição horizontal (teste t, t= 2,85, p<0,01) e por flores radiais na posição vertical (teste t, t= -3,81, p<0,001). Essa diferença pode ser explicada pela necessidade das abelhas por uma área de pouso na posição vertical, a qual é maior e mais homogênea em relação ao centro da flor naquelas com simetria radial. Para a preferência reversa na posição horizontal, é possível que o maior contraste da borda das flores bilaterais com o suporte tenha facilitado a localização do centro da flor pelas abelhas.
Palavras-chave: Comportamento, Meliponina, Morfologia floral