RESUMO

No Brasil, a Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) é a segunda doença causada por protozoários e transmitida por vetores que mais acomete a população. Dentre as espécies mais frequentes no estado do Paraná, destaca-se L. whitmani, tendo a mesma sido encontrada naturalmente infectada por Leishmania (Viannia) braziliensis. O comportamento de uma espécie, como a dispersão, modo de acasalamento e tempo para formar novas gerações, determinam o grau com que mutações, deriva genética e seleção natural irão influenciar na variação dentro da população. Considerando que as alterações ambientais têm viabilizado cada vez mais a antropização dos flebotomíneos e que o ambiente urbano exerce uma pressão seletiva sobre essas populações, este estudo teve como objetivo analisar a estrutura genética de L. whitmani através do gene mitocondrial Citocromo B (Cyt b), enfocando informações sobre distância, direção e dispersão. As coletas dos flebotomíneos foram realizadas no município de Mandaguari, estado do Paraná, no período de 14 a 17 de janeiro de 2012, nos ecótopos: domicílio e peridomícilio. No laboratório os espécimes foram triados e somente as fêmeas foram consideradas e identificadas ao nível específico. Em seguida cada espécime de L. whitmani teve seu DNA extraído e quantificado pelo nanodrop. Até momento foi padronizada a Reação em Cadeia pela Polimerase (PCR) e o sequenciamento está em fase de execução. Os resultados obtidos demonstram que o primer Cyt b amplifica para a L. whitmani, entretanto, somente através do sequenciamento será possível analisar a variabilidade genética entre os espécimes. Estudos sobre a estrutura genética das espécies envolvidas na transmissão da LTA ainda são incipientes no Brasil. Investigações desse âmbito são importantes para a compreensão dos padrões de dispersão e polimorfismo da espécie e auxilia na comprensão dos parâmetros epidemiológicos implicados na LTA.

Palavras-chave: Variabilidade Genética, Cyt b, Lutzomyia (Nyssomyia) whitmani