RESUMO

Dentro da perspectiva da Antiguidade Tardia, podemos elencar algumas características basilares para a formatação contextual e política do período, em especial ao conceito de Regnum. No caso dos Vândalos, tal conceito, em síntese, concerne a um dos pontos principais para a formatação de uma problemática coerente ao recorte temporal proposto. Pertence a um caso singular, denotando a fundamentação político/social de Genserico na fundamentação de seu poder como Rex. Regnum, frente as fontes mais tardias, como Isidoro de Sevilha, e juntamente com o ambiente da Hispania Visigoda, concerne a fundamentação de uma monarquia amparada pelo aparato político/institucional/social das leis, além de constituição de relações entre Nobreza e Realeza, o que remonta uma tradição político/social/institucional romana na mesma. Diferentemente no caso Vândalo, através das análises de fontes como Procópio de Cesareia e Próspero de Aquitânia, percebemos que a formulação do poder de Genserico sobre suas populações ocorre de forma diferente aos casos basilares da Antiguidade Tardia, não ocorrendo uma fundamentação de um Regnum amparado pelas Lex, relações com elites locais romanas, além do caso da profusão do cristianismo ariano sobre a elite nobiliárquica Vândala e populações norte africanas. Assim, a consolidação de um poder por Genserico condiciona-se através de um comando político-militar de uma linhagem nobre, em especial a figura do Rex Genserico, não ocorrendo a fundamentação legítima de um Regnum Vândalo. Tal fundamentação está mais ligada com as relações de poderes diretamente relacionada com um centralismo na figura do Rex, legítimo como líder de hordas de guerreiros/populações e, sobretudo, vitorioso em guerra. Diferenciações e semelhanças entre outros casos na Antiguidade Tardia são decorrentes, fato de Átila, rei dos Hunos, com o centralismo de poderes em sua pessoa, e diferenciação na formatação de Regnum no caso dos Visigodos, Francos e Ostrogodos.

Palavras-chave: Antiguidade Tardia, Regnum, Vândalos