ESTUDO PRELIMINAR DA FAUNA CADAVÉRICA NO MUNICIPIO DE PALOTINA, PARANÁ – ALTERAÇÕES CADAVÉRICAS ESTRUTURAIS

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Aluno de Iniciação Científica: Filipe Krasinski Cestari (PIBIC/UFPR-TN)

Curso: Medicina Veterinária - Palotina (MT)

Orientador: Raimundo Alberto Tostes

Colaborador: Kamille Halajda Rodrigues, Natália de Lima da Silva

Departamento: Campus Palotina

Setor: Campus Palotina

Área de Conhecimento: 50500007


RESUMO

A sucessão de artrópodes em material biológico em decomposição, assim como as alterações estruturais sofridas por este material, são previsíveis em muitos aspectos e, portanto, passíveis de uso na estimativa do tempo de morte de um animal. Esta estimativa é baseada no conhecimento do ciclo biológico das espécies colonizadoras do material decomposto. Com base nisto, o presente trabalho objetiva caracterizar a diversidade da fauna cadavérica nas condições ambientais do município de Palotina, a sucessão desta fauna e a determinação de uma cronologia de alterações cadavéricas associadas à fauna a partir de um modelo animal. Trata-se da continuação de estudo similar desenvolvido entre os anos de 2011 e 2012 no mesmo local. Foi utilizado um suíno como modelo experimental. O animal foi submetido à eutanásia por meio de um protocolo farmacológico e a carcaça depositada ao solo em uma área de mata nativa. Espécimes de insetos foram coletados por meio de armadilhas. Temperaturas do ar, solo, carcaça e pluviometria foram aferidas. O passo das alterações cadavéricas foi observado segundo a classificação de OLIVEIRA-COSTA, em cinco fases: fresca, coloração, gasosa, coliquativa e esqueletização. A fase fresca caracterizou-se pelo início da formação de livores uma hora e meia após a morte, na região ventral, e observação do rigor mortis em 24 horas, além da visitação por dípteros 30 minutos após a morte. Na fase de coloração os livores atingem máxima expressão, culminando em manchas de embebição hemoglobínica e esverdeadas. Observa-se as primeiras larvas de dípteros nesta fase e também o acúmulo de gases no abdômen. Durante a fase gasosa as larvas ainda concentravam-se na cabeça e foi observado enfisema acentuado de todo o corpo, além de nova oviposição, desprendimento da epiderme e o consumo de tecidos tornar-se evidente. No início da fase coliquativa a cebaça já está esqueletizada. Esta fase iniciou-se com o rompimento da parede abdominal em regiáo gástrica, diferente do que geralmente ocorre, que é o rompimento em região inguinal. Coleópteros passam a ser mais frequentes. O último estágio de decomposição, esqueletização, é marcado pela presença de pele como único tecido mole remanescente; esta se apresenta ressecada e enegrecida; ao final de 12 dias desapareceu completamente. O presente estudo justifica-se pela importância da caracterização da fauna cadavérica no município de Palotina como uma ferramenta da cronotanatognose, importante prática no meio forense e que carece de estudos voltados específicamente para a região oeste do Paraná.

Palavras-chave: Fauna Cadavérica, Alterações Cadavéricas, Entomologia Forense