RESUMO

Os materiais originados da celulose de dimensões muito reduzidas como micro e nano partículas tais como microfibrilas e nanocristais estão atraindo grande atenção devido à sua aplicação em diversos sistemas, variando dos nanocompósitos, ao papel e aos dispositivos em vastas áreas da tecnologia e da ciência. O objetivo principal do trabalho foi obter nanofibras de celulose a partir da madeira de Pinus sp. por meio de um processo mecânico de moagem e caracterizar os filmes por Microscopia Eletrônica de Transmissão (MET) e Difração de Raios-X (DRX), além de avaliar a influência do número de passagens no moinho sobre as características dos nanofilmes. No processo de fibrilação mecânica ocorre uma diminuição significativa no tamanho das fibras e um consequente aumento da área específica das mesmas. Uma maior área específica permite uma maior ligação entre as nanofibras e menor espaço vazio ou menor tamanho dos poros entre elas, resultando numa maior densidade e maior transparência. Os índices de cristalinidade para os tratamentos não deslignificados variaram de 67,00 a 80,80%, sendo o menor valor para o tratamento com 30 passagens e o maior referente à celulose que não sofreu processo mecânico. É possível separar as médias em três grupos distintos entre si estatisticamente, sendo o primeiro formado pelo tratamento inicial, o segundo grupo formado pelos tratamentos com 2, 5 e 10 passagens e o terceiro constituído pelas médias dos filmes formados após 20, 30 e 40 passagens. Para os tratamentos deslignificados, o maior índice de cristalinidade obtido foi de 81,84%, e o menor igual a 66,37%. Com base nos resultados pode-se que concluir que foi possível obter nanofibras de celulose de Pinus sp. por meio do processo mecânico utilizando o moinho Masscolloider Masuko Sangyo, o processo mecânico de moagem, com o aumento do número de passagens, provoca a diminuição no grau de cristalinidade da celulose nanofibrilada e filmes deslignificados apresentaram, de maneira geral, valores de cristalinidade superiores aos filmes não deslignificados.

Palavras-chave: Nanotecnologia, Celulose, Papel