BILIUFPR DESENVOLVIMENTO DE UM BILIRRUBINÔMETRO NÃO INVASIVO PARA NEONATOS

0559

Aluno de Iniciação Científica: Leonardo Pereira da Costa (Pesquisa voluntária)

Curso: Engenharia Elétrica (Eletron., Eletrotec., Telecom.) (MT)

Orientador: Marlio Bonfim

Departamento: Engenharia Elétrica

Setor: Setor de Tecnologia

Área de Conhecimento: 31300006


RESUMO

A Icterícia é uma doença, causada pelo excesso de bilirrubina no sangue, que atinge cerca de 80% dos recém-nascidos, geralmente de forma benigna, porém se não detectada e tratada a tempo, pode causar danos irreversíveis ao neonato, como anomalias físicas, cegueira e perda de audição. A característica notável da Icterícia é a tonalidade amarelada na pele, decorrente do acúmulo da bilirrubina não fisiologicamente excretada. O método tradicional de detecção da Icterícia é invasivo, através da coleta seguida do exame de sangue do neonato. O incômodo e os riscos dos testes invasivos têm levado vários pesquisadores a buscar uma forma de diagnóstico alternativa, confiável e não-invasiva. Desse fato foi desenvolvido o BiliUFPR, que é um equipamento médico-hospitalar que tem por finalidade medir a concentração de bilirrubina sérica, através da medição da bilirrubina transcutânea pela análise espectral da pele. A grande vantagem deste procedimento é ser não invasivo, ou seja, não há necessidade de coleta de amostras de sangue. O princípio básico do funcionamento é a análise da luz refletida pela pele. O equipamento emite feixes luminosos na pele, cuja reflexão é detectada por um fotodetector. A intensidade de luz detectada é analisada e correlacionada com a concentração de bilirrubina na derme, a qual é proporcional à absorção óptica dabilirrubina. O resultado da medida é mostrado instantaneamente ao operador em um display LCD, além de ser guardado em uma memória interna, onde pode ser posteriormente transferido a um computador. Dessa maneira pode-se acompanhar toda a evolução do paciente. A metodologia adotada utiliza a emissão de luz visível, por 4 LEDs de cores distintas: laranja (600nm), azul (470nm), vermelho (650nm) e verde (560nm). Cada LED fica aceso por alguns milissegundos e a intensidade de luz refletida naquele comprimento de onda é analisada pelo fotodetector. Os dados recebidos pelo fotodetector são amplificados em escala logarítmica e digitalizados por um microcontrolador. O processo se repete para as 4 cores, e com as intensidades refletidas individuais, é possível identificar as contribuições dos diversos pigmentos da pele, inclusive a bilirrubina. Em aproximadamente 1 segundo o resultado da concentração de bilirrubina é mostrado no display. Para aumentar a exatidão e confiabilidade do equipamento, é efetuado um processo de calibração cada vez que o BiliUFPR é ligado. Esta calibração reduz os erros devidos às variações de temperatura e envelhecimento dos componentes ópticos. O BiliUFPR está na sua terceira versão, já tendo sido testado no HC da UFPR e apresentado bons resultados.

Palavras-chave: Icterícia, Bilirrubina Transcutânea, Medida Não Invasiva