VONTADE, LIVRE-ARBÍTRIO E RESPONSABILIDADE NA ÉTICA DA PSICANÁLISE.
1229
evinci/resumo_1229.html
Aluno de Iniciação Científica: Tiago Rodrigues Macedo (PIBIC/CNPq)
Curso: Psicologia (MT)
Orientador: Maurício José D Escragnolle Cardoso
Departamento: Psicologia
Setor: Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes
Área de Conhecimento: 70701016
RESUMO
A pesquisa pretendeu investigar como a psicanálise articula os conceitos de sujeito, autonomia e responsabilidade, além do modo com que tais conceitos se relacionam com a tradição do pensamento ocidental desde a tragédia grega até a modernidade. São conhecidas as múltiplas referências de autores psicanalistas à temas da tragédia grega, desde Freud e seu complexo de Édipo até Lacan e seu comentário sobre Antígona. Tendo como fio condutor o tema da responsabilidade e do voluntarismo, buscamos compreender a que se deve esse retorno à tragédia, bem como a relação que a psicanálise teria com outros discursos filosóficos da modernidade no que tange aos conceitos de sujeito, livre arbítrio e responsabilidade. Tentamos compreender o que significa um sujeito que pode ser responsabilizado por um ato cujas razões lhe são inconscientes e determinadas psiquicamente. Com isso pretendemos iniciar uma investigação preliminar sobre as especificidades da ética da psicanálise. Para tanto, nossa pesquisa consistiu em uma revisão bibliográfica de autores que julgamos importantes para melhor nos situar nesta problemática. Foram estudados helenistas que tratam sobre o tema da tragédia grega, como Pierre Vernant, e filósofos cujas obras nos permitiram compreender o modo com que tais conceitos se desenvolveram na história do pensamento ocidental, tais como Aristóteles, Kant, Schopenhauer e Nietzsche. Esse estudo foi importante por sabermos que conceitos de sujeito, responsabilidade, vontade, autonomia, dentre outros, nem sempre estiveram presentes na história do ocidente. Investigando a genealogia de suas formulações, podemos perceber melhor o contexto em que a psicanálise surge e a subversão que promove o pensamento freudiano. Em um momento posterior buscamos na obra de Freud textos que poderiam nos esclarecer sobre a posição do psicanalista sobre o assunto, além de termos estudado o Seminário 7 de Lacan, para compreendermos sua referência à Antígona.
Palavras-chave: Ética, Psicanálise, Tragédia