DOENÇAS CRÔNICAS E DESLOCAMENTOS: O CASO DOS PACIENTES VIAJANTES EM TRATAMENTO NO HOSPITAL DE CLÍNICAS/UFPR.

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Aluno de Iniciação Científica: Alexandre Pilan Zanoni (PIBIC/CNPq)

Curso: Ciências Sociais (M)

Orientador: José Miguel Rasia

Departamento: Ciências Sociais

Setor: Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes

Área de Conhecimento: 70000000


RESUMO

Objetivo deste trabalho é compreender a experiência de doença de indivíduos doentes crônicos, que necessitam se deslocar das cidades onde residem para cumprirem etapas de seus tratamentos médico-hospitalares em Curitiba, no HC-UFPR. Para a realização dessa investigação, partiu-se, primeiramente, da coleta de dados empíricos, através de entrevistas, com doentes oriundos de cidades do interior do estado do Paraná. A inserção no campo e a realização da coleta de dados foi possível pois um grande número desses indivíduos aportam diariamente em Curitiba para tratamento médico. Os entrevistados dependem de transporte público, fretado pelas prefeituras seus municípios. Devido à variação dos horários das consultas de todos os que vem numa mesma lotação, formam-se, ao longo do dia e em frente ao hospital, aglomerações de doentes e acompanhantes, que esperam pelo embarque para retorno. Nessa primeira etapa da pesquisa foram coletados dados referentes às condições sociais (econômicas, familiares e etárias) e às doenças mais frequentes entre os indivíduos em descolamento, bem como a periodicidade desses delocamentos. Nas entrevistas abertas atentou-se para a importância da condição de doente crônico para a vida dessa população e o que representa para ela o deslocamento periódico; as relaçoões dessa população com o poder público local (prefeituras e secretarias) e as estratégias e soluções para a assistência à saúde. Pretende-se, com a continuação da pesquisa responder às seguintes questões levantadas: 1) Como se constitui para cada indivíduo sua experiência de doença? 2) Em que medida o deslocamento periódico, em condições precárias de transporte e sem alojamento em Curitiba, por longo período de tempo, influencia suas concepções de saúde, doença e tratamento? Como essa população considera o itinerário terapêutico? Em que medida a peregrinação em busca de atendimento especializado inscreve-se em suas concepções de sofrimento?

Palavras-chave: Experiência de Doença, Doença Crônica, Itinerário Terapêutico