CICLAGEM DE FITOMASSA E BIOELEMENTOS EM FLORESTAS SECUNDÁRIAS DA MATA ATLÂNTICA, ANTONINA, PR.
0754
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Aluno de Iniciação Científica: Pamela Suellen Salvador Dutra (PIBIC/Fundação Araucária)
Curso: Agronomia (MT)
Orientador: Renato Marques
Colaborador: Felipe Youssef Abboud
Departamento: Solos e Engenharia Agrícola
Setor: Setor de Ciências Agrárias
Área de Conhecimento: 50101005
RESUMO
A deposição de serapilheira representa um dos principais fluxos associados à ciclagem de nutrientes em florestas e sua caracterização ajuda na compreensão do funcionamento biogeoquímico das florestas. Estudos são ainda necessários considerando-se a imensa diversidade florística existente na Mata Atlântica e a pequena quantidade de trabalhos. São pesquisas que visam subsidiar ações de proteção, conservação e mesmo de manejo sustentável das florestas. Neste sentido, o objetivo deste trabalho foi avaliar a produção de serapilheira em área de Floresta Ombrófila Densa Submontana, na Mata Atlântica, na Reserva Natural do Rio Cachoeira, em Antonina, Paraná. Foi selecionada parcela de 1 ha de floresta Madura, que nunca foi submetida ao corte raso. Nela foram instalados 25 coletores de serapilheira, cada coletor possuindo dimensões de 1x1 m com quatro pés de 50cm de altura. Foram realizadas coletas mensais de outubro de 2009 até setembro de 2010. Este material coletado foi triado em cinco diferentes frações: folhas de espécies selecionadas (Fsp); folhas diversas (FD); ramos (RM); flores, frutos e sementes (FFS) e restos (R). Ao final desse processo, o material triado foi seco em estufa a 65°C e pesado para quantificação da fitomassa de cada fração. A produção anual total de serrapilheira foi de 8,5 Mg/ha e a produção mensal média foi de 706 kg/ha, com contribuição de 68% do total de folhas (F= Fsp + FD), 14% dos restos (R), 14% dos ramos (RM) e 4% de FFS. Dentro da fração folhas de espécies selecionadas, quatro espécies tiveram maior representatividade no total de folhas, Alchornea sp. (tapiá 5,4%), Ocotea catharinensis (canela preta 5,3%), Hyeronima alchorneoides (urucurana 4,1%) e Brosimum lactescens (guarapicica lisa 5,1%). Os períodos de maior deposição de serapilheira ocorreram na Primavera e Verão. Os tratamentos RM, R e FFS não diferiram estatisticamente entre si quanto à deposição média de fitomassa, mas o tratamento Folhas (F) mostrou maior deposição quando comparado com os outros tratamentos. Para os valores de C, N perceberam-se maiores oscilações nos teores de N, e para C as variações foram de baixa amplitude. As oscilações obsevadas na relação C/N foram acompanhadas pelos valores do N. A relação C/N foi maior para as frações ramos e FFS. Nas espécies selecionadas observou-se maiores concentrações de nitrogênio em Ocotea catharinensis e Alchornea sp., o que levou a uma baixa relação C/N. Outros elementos químicos já foram analisados e os resultados deverão contribuir para uma melhor compreensão da ciclagem de bioelementos nestas florestas.
Palavras-chave: Floresta Atlântica, Biogeoquímica Florestal, Serapilheira