PURIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE ANTICORPOS PRODUZIDOS CONTRA A PROTEÍNA P53 MUTADA

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Aluno de Iniciação Científica: Stephanie Bath de Morais (PIBIC/Fundação Araucária)

Curso: Biomedicina (MT)

Orientador: Juliana Ferreira de Moura

Co-Orientador: Larissa Magalhães Alvarenga

Colaborador: Alessandra Becker Finco, Isabel Biasi Yamanaka,

Departamento: Patologia Básica

Setor: Setor de Ciências BiológicasRafaela Lenzi Fogaça

Área de Conhecimento: 21101000


RESUMO

O tumor de córtex de adrenal em crianças é uma doença rara em âmbito mundial. Mas no sul e no sudeste do Brasil a sua incidência apresenta-se 5 a 6 vezes maior. Essa divergência ocorre devido a uma mutação no gene P53 denominada R337H, que está consistentemente presente nas famílias residentes nessa região do país. Na mutação R337H ocorre a substituição de um único aminoácido, mas que já é capaz de perturbar o ciclo celular e aumentar a possibilidade de desenvolvimento do tumor pela perda de função do gene como supressor tumoral. O diagnóstico realizado no início do desenvolvimento do tumor adrenocortical aumenta em 50% a sobrevida desses pacientes. Tendo em vista a importância da elaboração de metodologias que auxiliem a oncologia pediátrica, este estudo tem por objetivo a produção de insumos (anticorpos) que poderão ser utilizados na detecção precoce do câncer infantil de córtex adrenal. Esse diagnóstico será possibilitado através do reconhecimento pelos anticorpos da proteína p53 mutada acumulada no núcleo das células cancerosas. Os anticorpos policlonais antipeptídeo sintético contendo a região mutada da proteína p53 foram produzidos em coelhos com sucesso. Após a imunização, as imunoglobulinas cuniculares foram precipitadas por meio de uma solução de sulfato de amônio supersaturada e purificadas através de uma coluna de afinidade proteína-A, gerando uma alta concentração de anticorpos. Para testar a sua afinidade pela p53 mutada foram utilizados os métodos de Elisa e de Western Blotting. No teste de Elisa verificou-se que os anticorpos possuem alta afinidade pelo peptídeo sintético p53 com a mutação, mesmo em baixas concentrações tanto do peptídeo como dos anticorpos. E pela técnica de Western Blotting foi possível demonstrar a afinidade dos anticorpos à proteína p53 do próprio tecido tumoral do córtex adrenal. Porém não houve uma completa especificidade pela proteína p53 mutada em relação à p53 sem mutação. A caracterização de anticorpos policlonais como marcadores para o tumor de córtex de adrenal em crianças brasileiras é inédita. E os resultados nos encorajam a prosseguir com o estudo a fim de produzir anticorpos monoclonais anti-p53 mutada que possuam uma maior especificidade para a mutação R337H da p53.

Palavras-chave: Tumor de Córtex Adrenal, Mutação da p53, Anticorpo Policlonal