O ESPAÇO E SUA TRANSITORIEDADE NAS OBRAS BEATRIZ Y LOS CUERPOS CELESTES, DE LUCÍA ETXEBARRIA E HOTEL ATLÂNTICO, DE JOÃO GILBERTO NOLL
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Aluno de Iniciação Científica: Jaqueline da Silva (PIBIC/UFPR-TN)
Curso: Letras - Português (N)
Orientador: Nylcéa Thereza de Siqueira Pedra
Departamento: Letras Estrangeiras Modernas
Setor: Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes
Área de Conhecimento: 80200001
RESUMO
O presente estudo tem como objetivo analisar o espaço e a representação da identidade dos personagens protagonistas dos romances Beatriz y los cuerpos celestes (1999), da escritora espanhola Lucía Etxebarria e Hotel Atlântico (1989), do escritor brasileiro João Gilberto Noll. Fazemos referência aos estudos de Natalia Álvarez Méndez (2002) para as considerações sobre o espaço, procurando estabelecer a importância de tal elemento para a análise das obras em questão. A partir deste estudo, propomos a ampliação dos conceitos nele apresentados, estabelecendo as categorias de espaços indeterminados e determinados. Para aprofundar a compreensão da presença dos não-lugares nas obras, apoiamos nossas considerações nas proposições de Marc Augé (2005) e categorizamos como espaços indeterminados. Também é motivo de estudo a questão do não pertencimento dos personagens aos espaços pelos quais transitam na obra. Se em Beatriz y los cuerpos celestes a personagem Beatriz não encontra identificação com nenhuma das casas em que vive e não possui um espaço que seja íntimo e seu, no romance de João Gilberto Noll o personagem vive em hotéis e no hospital locais que não podem ser utilizados para identificar o sujeito e caracterizá-lo. Ainda sob esta perspectiva, analisamos o não pertencimento dos personagens às cidades que configuram os enredos, pois em cada um dos romances podemos perceber o estranhamento dos personagens em relação às cidades em que se encontram. Explorada a compreensão do espaço nos romances, nos apoiamos nos estudos de Stuart Hall (2006) para a análise da questão da multiplicidade de identidades junto da multiplicidade de espaços presentes nos enredos, compreendendo o possível reflexo entre eles. Por fim, direcionamos nossa conclusão para a compreensão da existência de dois caminhos diferentes que são tomados pelos autores para a desconstrução do referencial espacial e identitário nos romances.
Palavras-chave: Espaço, Lucía Etxebarria, João Gilberto Noll