DINÂMICA E FORÇANTES DA FERTILIZAÇÃO REMOTA DA PLATAFORMA CONTINENTAL PARANAENSE.

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Aluno de Iniciação Científica: Brenda Borges Mendonça (PIBIC/Fundação Araucária)

Curso: Oceanografia - Pontal do Paraná (MT)

Orientador: Maurício Almeida Noernberg

Departamento: Centro de Estudos do Mar

Setor: Setor de Ciências da Terra

Área de Conhecimento: 10000003


RESUMO

Um importante processo oceanográfico observado durante os períodos de outono e inverno, na plataforma continental da costa sul-sudeste do Brasil, é a penetração de águas frias e de baixa salinidade. Estas águas originadas nas latitudes mais altas, incluindo o estuário do Rio da Prata, a Plataforma Continental Argentina e a região oeste da Zona de confluência das Correntes do Brasil e Malvinas, são transportadas para o norte sobre a Plataforma Continental Brasileira, influenciando na produtividade biológica da região. Estudos sobre a dinâmica de dispersão da pluma do Rio da Prata (PRP), menos salina e com baixas temperaturas, mostram que ela pode estender-se até 23ºS. Com o objetivo avaliar a variabilidade interanual (2003-2012), nos meses de maio a setembro, da fertilização PRP sobre a plataforma continental sul-sudeste, utilizei imagens do sensor MODIS para análise de parâmetros geofísicos, como temperatura de superfície do mar (TSM), concentração de clorofila e coeficiente de extinção da luz (kd490) ao longo de uma série temporal de dez anos. A região escolhida cobre o litoral de São Paulo, até Santa Catarina (entre 24ºS e 29ºS / 46º30'W e 49ºW). Os ventos também podem influenciar na dispersão de plumas de rios, portanto dados meteorológicos de quatro estações foram utilizados. Análises visuais prévias mostraram altas correlações entre os parâmetros. Foi observada a direta relação entre altas taxas de clorofila com altos coeficientes de extinção de luz seguindo o padrão de dispersão das águas mais frias indicadas nas imagens de TSM. Para as análises iniciais, três áreas foram delimitadas ao longo da plataforma, a primeira aproximadamente a 24ºS, a segunda a 26ºS, próxima à Baía de Paranaguá e a terceira, 28ºS. A partir dos resultados foi possível observar um padrão de diminuição das médias mensais de TSM para as áreas. Na primeira, os valores ficaram entre 19ºC e 24ºC, exceto para o ano de 2007, cuja média atingiu 18ºC em junho devido ao fenômeno de La Niña. Na segunda área, as médias ficaram entre 23ºC e 18ºC, com variações pouco significativas, exceto para maio e julho de 2007. A terceira área apresentou as menores médias, comportamento que pode ser atribuído à passagem da PRP na região. Os valores diminuíram ao longo dos meses, ficando em torno dos 21ºC e 17ºC, exceto para os anos de 2007 e 2010, cujos valores atingiram 16ºC nos meses de junho e agosto. Sendo assim, pode ser possível que a passagem da PRP tenha acentuado os baixos valores mensais de TSM, principalmente nas duas últimas áreas. As análises dos demais parâmetros continuam em andamento.

Palavras-chave: Pluma do Rio da Prata, Fertilização da Plataforma Sul-Sudeste, Imagens de Satélite