NATUREZA E ARTIFÍCIO NA FILOSOFIA MORAL DE HUME

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Aluno de Iniciação Científica: Lucas Frisoli Moreira (PIBIC/Fundação Araucária)

Curso: Filosofia (Bacharelado com Licenciatura Plena) (M)

Orientador: Maria Isabel de Magalhães Papaterra Limongi

Departamento: Filosofia

Setor: Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes

Área de Conhecimento: 70101000


RESUMO

Qual é o crivo entre natureza e artifício na filosofia de David Hume? É com esta pergunta que pretendemos guiar o presente trabalho. Este questionamento surgiu ao estudar as filosofias moral e política do filósofo, nas quais encontramos a formulação de que a justiça seriauma virtude artificial. Pois bem, que isso quer dizer? Basicamente, Hume defende que a justiça seria a virtude que rege a posse dos bens externos, ou seja, a propriedade. Esta é, para ele, a maior causa de desentendimentos no âmbito social, que por sua vez são obstáculos para a sociedade e uma convivência pacífica. A causa de tais desentendimentos está na própria natureza humana, que quando trata de objetos externos tende a se comportar de maneira parcial, procurando possuir a maior quantidade de objetos para o seu conforto e o de seus próximos possível. Ora, diz Hume, a solução para este incoveniente da natureza só pode ser através de um artifício que a faça frear e mudar a direção que suas paixões tomam. O artifício nada mais é que a justiça, estabelecida através do consentimento generalizado de todos os homens. Mas agora vejamos, este artifício surge de uma necessidade natural à espécie humana, que é viver em sociedade. Sem a sociedade o homem não sobreviveria, pois não dispõe de um equilíbrio entre suas necessidades e suas aptidões, ao passo que com a sociedade alcançaria o equilíbrio necessário para a sobrevivência, devido à assitência mútua entre os homens. Portanto parece haver uma certa ambiguidade no emprego da palavra artificial para designar a virtude da justiça, pois tanto de uma contingência (disposição da natureza humana e disposição da natureza dos objetos externos) surge uma necessidade (da convivência em sociedade e consequentemente da criação da justiça), quanto da natureza (necessidade natural) surge um artifício (justiça). Nossa tarefa, como já dito de início, será examinar, partindo destas observações, a diferença entre natural e artificial, para que com isso possamos talvez alcançar um conhecimento maior da justiça como virtude artificial.

Palavras-chave: Justiça, Natureza, Regulação