RESUMO

Estudo componente do Projeto "Promoção da saúde e prevenção de agravos no âmbito da epidemiologia hospitalar na perspectiva da Saúde Coletiva". Compreender a realidade objetiva e subjetiva do individuo portador de Hepatite C, torna-se uma ação importante visto ser agravo de notificação obrigatória com elevada expressão social. Trata-se de uma pesquisa descritiva documental de abordagem qualitativa, que teve por objetivo: determinar as dimensões estrutural, particular e singular dos casos notificados no Serviço de Epidemiologia Hospitalar do HC/UFPR, durante o ano de 2012. A amostra intencional foi composta por 33 casos notificados, com exame da Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) positivo, que fazem parte do banco de dados do serviço. A coleta de dados foi realizada entre os meses de agosto e dezembro de 2012, contando com uma análise de dados baseada na Teoria da Intervenção Práxica de Enfermagem em Saúde Coletiva (TIPESC), proposta por Egry. A dimensão Estrutural foi analisada a partir da perspectiva da organização do Sistema Único de Saúde (SUS), do modelo de saúde expresso por nossa sociedade e pelo Programa Nacional de Hepatites Virais, com vistas à criação de políticas especificas de prevenção, diagnóstico e tratamento para este agravo. Notou-se que com a inclusão dos medicamentos Telaprevir e Boceprevir no SUS possibilitou o aumento na qualidade do tratamento aos portadores de Hepatite C. Na dimensão Particular, observou-se que 88% dos usuários foram considerados brancos e 12% pretos; no campo de Grau de Escolaridade houve uma quantia elevada do registro ignorado (47%) seguido de 23% em branco. No campo de ocupação trabalhista, verificou-se uma expressiva informalidade (vendedor ambulante, diarista e do lar) bem como de usuários aposentados. Na dimensão Singular a maioria são homens (66%), que compreendem a faixa etária de 19 a 80 anos, provenientes do Município de Curitiba e entorno. No quesito Provável Fonte/Mecanismo de contaminação 67% dos casos foram considerados ignorados, seguido de 18% através de contato sexual. Nesta dimensão outro dado importante foi que 21,21% não foram vacinados contra a Hepatite B e 66,66% têm esta informação ignorada. Concluiu-se que o alto número de campos ignorados acaba por dificultar a notificação do agravo. Observa-se também que a melhoria e ampliação das políticas públicas referentes a Hepatite C tornam-se importantes para o reconhecimento da realidade objetiva e consequente intervenção efetiva em saúde.

Palavras-chave: Hepatite C, Promoção da Saúde, Enfermagem