A RAINHA EGÍPCIA NA MODERNIDADE: UMA ANÁLISE DA IMAGEM DE CLEÓPATRA VII A PARTIR DO FILME ‘CLEÓPATRA', DE 1963

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Aluno de Iniciação Científica: Bárbara Rodrigues Oliveira (IC-Voluntária)

Curso: História (T)

Orientador: Renata Senna Garraffoni

Departamento: História

Setor: Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes

Área de Conhecimento: 70500002


RESUMO

Cleópatra VII governou o Egito de 51 a 30 a.C. Pouco se sabe sobre seu governo e sua vida, no entanto. O que é conhecido sobre a rainha, deriva de escritos de estrangeiros, sendo, sem dúvida, os mais famosos os escritos de Plutarco em "Vidas de Césares", "Vidas Paralelas" e "Vidas de Antônio". Contudo, fora do ambiente acadêmico, é quase impossível mencionar o nome da rainha sem se deparar com opiniões sobre sua história, legado ou mesmo sua aparência. Estas reações são reflexos das obras de Plutarco, que se popularizaram no Ocidente a partir de releituras. A estas releituras e apropriações culturais da antiguidade egípcia na contemporaneidade dá-se o nome de egiptomania. No âmbito da egiptomania, as produções cinematográficas que têm como destaque à rainha são diversas. Mas, sem dúvida, o filme mais famoso sobre a rainha é o "Cleópatra", de 1963, a qual esta pesquisa se detem. A pesquisa objetiva compreender as influências da imagem da rainha Cleópatra VII dentro da sociedade norte americana no período de 1960. Além disso, pretende-se compreender as influências que a rainha egípcia, interpretada pela atriz Elizabeth Taylor, teve em relação às mulheres estadunidenses, que viviam no período de lançamento e divulgação do filme. Pretende-se traçar um paralelo entre as primeiras ondas feministas, que surgiam naquele período e o sistema então vigente do american way of life, nos EUA. Além disso, pretende-se analisar os reflexos da cultura egípcia em nossa contemporaneidade, por meio do conceito de egiptomania. Como metodologia, analisamos a fonte a partir de uma vertente fílmica, imagética e historiográfica, utilizando-se de bibliografias de apoio relacionadas à História do Cinema e Usos do Passado, inicialmente. Detemo-nos, nesta primeira etapa da pesquisa, a análise específica de algumas cenas do filme, principalmente aquelas relacionadas à figura feminina de Cleópatra. A partir de uma análise inicial, podemos concluir que o cinema é uma forma de representação social, demonstrando à sociedade seus próprios reflexos e, no caso de um filme que aborda a antiguidade, é uma importante forma de salientar as relações entre passado e presente. Assim, a pesquisa que aqui estamos desenvolvendo tem um caráter fundamental, por tratar questões relativas à antiguidade – ao se pensar no contexto da rainha Cleópatra VII – e relativas à contemporaneidade – por meio do discurso produzido pelo cinema.

Palavras-chave: Egito, Cleópatra, Questões de Gênero