ESTUDO DAS DOENÇAS DE ORIGEM BACTERIANA QUE ACOMETEM AS RÃS-TOURO AMERICANAS (LITHOBATES CATESBEIANUS), EM PROCESSO FINAL DE ENGORDA.

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Aluno de Iniciação Científica: Regina Anunciata Castaman (PIBIC/CNPq)

Curso: Tecnologia em Aqüicultura - Palotina (N)

Orientador: Andre Muniz Afonso

Co-Orientador: Marco Antônio Bacellar Barreiros

Colaborador: Edna Tereza de Lima, Rafael Ortiz Kracizy

Departamento: Campus Palotina

Setor: Campus Palotina

Área de Conhecimento: 50502034


RESUMO

Embora a tecnologia da produção brasileira de rãs seja uma das mais viáveis do mundo, são poucas as pesquisas sobre doenças de rãs em cativeiro. Neste estudo pretendeu-se verificar a ocorrência de sinais clínicos de doenças de origem bacteriana em rãs-touro, em processo de engorda final, identificar seus agentes etiológicos causadores, além de indicar tratamentos e medidas preventivas correspondentes. Foram coletadas 11 rãs, pesando até 200g, de um ranário comercial pertencente ao sistema de integração de uma empresa localizada no município de Antônio Carlos (SC). Em seguida, os animais foram necropsiados em condições de assepsia, para a coleta de material para análise microbiológica. Amostras de sangue, fígado, rins, baço, pele, encéfalo, medula espinhal, e pulmões foram coletadas e inoculadas em agar-sangue de carneiro desfibrinado e TSA (Trypticase soy agar) para isolamento das bactérias. Após incubação por 48h à 25C, colônias com morfologia compatível a aeromonas, estafilococos, Edwardsiella sp. ou micobactérias foram isoladas pela técnica de esgotamento. Em seguida as cepas obtidas foram armazenadas em geladeira até a identificação bioquímica. Para este procedimento utilizou-se a coloração de GRAM onde foram observados nas placas tanto de isolamento externo (pele e córnea), quanto de sangue, bacilos gram negativos, oxidase negativo, catalase positvo. Posteriormente utilizou-se o meio TSI (triple sugar iron) resultando em alcalino/ acido com produção de gás e H2S. Em seguida foram realizadas as provas de IMViC (indol, vermelho de metila, Voges-Proskauer e citrato) onde o resultado foi positivo para as duas primeiras e negativo para as seguintes. Dessa forma concluiu-se que o patógeno envolvido com a enfermidade presente era a Edwardsiella sp. Apesar de incomum a este tipo de criação, existem relatos de mortes em ranários de produção por Edwardsiella tarda. Análises anatomohistopatologicas estão sendo conduzidas em complemento a este estudo para determinar a patogenia da enfermidade encontrada. Regras de boas práticas de manejo, como cuidados básicos na introdução de novos espécimes, quarentena, utilização de pedilúvios nas baias e entradas de galpões, bem como a criação em baixas densidades, são recomendações para que estes micro-organismos oportunistas não levem prejuízo às criações de organismos aquáticos. Tratamentos à enfermidades dessa natureza, baseados no uso de quinolonas, são recomendados por órgãos mundiais que atuam em sanidade aquícola, no entanto, alguns países restringem a importação de produtos com resíduos desses fármacos.

Palavras-chave: Bacterioses, Ranicultura, Sanidade Aquícola