ENVOLVIMENTO DO SISTEMA ENDOCANABINOIDE NA MEDIAÇÃO DE COMPORTAMENTO DO TIPO DEPRESSIVO EM RATOS DIABÉTICOS INDUZIDO POR ESTREPTOZOTOCINA.
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Aluno de Iniciação Científica: Maria Teresa de Mello Magnabosco (PIBIC/CNPq)
Curso: Farmácia (MT)
Orientador: Janaina Menezes Zanoveli
Co-Orientador: Joice Maria da Cunha
Colaborador: Helen de Morais, Camila Pasquini de Souza
Departamento: Farmacologia
Setor: Setor de Ciências Biológicas
Área de Conhecimento: 21003009
RESUMO
Estudos anteriores mostram que um aumento do composto canabinóide endógeno, a anandamida (AEA), em áreas do cérebro relacionadas com a depressão induzem uma melhora nas respostas comportamentais relacionadas com a depressão. Embora uma desregulação do sistema endocanabinóide possa contribuir para o desenvolvimento do diabetes e suas complicações, como a depressão, o mecanismo envolvido na associação do diabetes e depressão ainda não foi elucidado. A fim de investigar o envolvimento do sistema endocanabinóide nessa associação, ratos tratados com citrato (10 mM, pH 4,5; grupo normoglicêmico-NGL) ou estreptozotocina (50 mg/kg, ip; grupo diabético-DBT) foram submetidos a um tratamento com a AEA (0,001, 0,005, 0,01 mg/kg, ip) ou veículo (VEI) e submetidos ao teste de campo aberto para análise da atividade locomotora e natação forçada (TNF), para avaliar comportamentos relacionados a depressão, como os comportamentos passivo (imobilidade) e ativo (natação e escalada). Após os testes comportamentais, todos os animais foram eutanasiados sendo o hipocampo (HIP) e córtex pré-frontal (CPF) dissecadas para posterior análise de medidas indiretas de estresse oxidativo, como a quantificação de níveis de glutationa reduzida (GSH). Caso alguma alteração nas respostas comportamentais fosse observada, a participação de receptor canabinóide CB1 seria avaliada pela administração prévia do antagonista AM251 (1 mg/kg, ip). Como um controle positivo para o efeito antidepressivo, ambos os grupos experimentais foram tratados com o antidepressivo imipramina (IMI; 15mg/kg, ip). Quando comparados com os ratos NGL, os animais DBT apresentaram hiperglicemia, redução no ganho de peso, comportamento do tipo depressivo mais pronunciado, diminuição nos níveis de GSH e nenhuma alteração na atividade locomotora. Além disso, o tratamento de ratos DBT, mas não NGL, com AEA (0,005 mg/kg) induziu uma significativa melhora no comportamento do tipo depressivo além de restaurar os níveis de GSH para níveis normais. Esses efeitos foram bloqueados pela administração prévia do antagonista CB1. Conforme o esperado, o tratamento com IMI induziu efeito do tipo antidepressivo tanto em animais NGL como nos DBT. Este estudo indicou que o tratamento com AEA em animais DBT pode ter um efeito neuroprotetor no HIP e CPF, duas áreas implicadas na depressão. Mais ainda, a AEA exerce um efeito antidepressivo por sua ação em receptores CB1. Assim, os dados sugerem que uma desregulação do sistema endocanabinóide pode estar envolvida no mecanismo que associa a depressão ao diabetes. Apoio Financeiro: CAPES, CNPQ.
Palavras-chave: Diabetes, Depressão, Anandamida