A ADESÃO AO TRATAMENTO DO DEPENDENTE QUÍMICO: PERCEPÇÕES DE TRABALHADORES DOS SERVIÇOS DE SAÚDE
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Aluno de Iniciação Científica: Aline Cristina Zerwes Ferreira (PIBIC/CNPq)
Curso: Enfermagem (MT)
Orientador: Mariluci Alves Maftum
Colaborador: Letícia de Oliveira Borba
Departamento: Enfermagem
Setor: Setor de Ciências da Saúde
Área de Conhecimento: 40404005
RESUMO
Trata-se de uma pesquisa exploratória, descritiva, com abordagem qualitativa, realizada de março a abril de 2013, em um Centro de Atenção Psicossocial Álcool e outras Drogas da região metropolitana de Curitiba. Participaram da pesquisa todos os profissionais de saúde do referido serviço, totalizando nove sujeitos. A questão norteadora da pesquisa foi "Qual a percepção dos trabalhadores de saúde mental sobre a adesão ao tratamento pelo dependente químico?" O objetivo proposto no plano de trabalho deste estudo, foi: verificar causas que os trabalhadores de saúde mental atribuem a recaída e a reinternações de dependentes químicos. Contudo, para atender a questão norteadora o objetivo foi readequado e ficou o seguinte: identificar a percepção dos trabalhadores de saúde mental sobre a adesão ao tratamento pelo dependente químico. Os dados foram coletados por meio de entrevista semiestruturada e analisados pela proposta de Interpretação Qualitativa de Dados de Minayo resultando nas categorias: a baixa adesão ao tratamento pelos dependentes químicos e fatores relacionados à adesão ao tratamento pelo dependente químico. Os sujeitos explanaram uma baixa adesão ao tratamento pelos dependentes químicos, bem como alta rotatividade dos pacientes na instituição. Nos fatores relacionados à adesão ao tratamento, quanto aos fatores intrínsecos aos dependentes químicos, apontam que a falta de motivação e a busca por tratamento por influências externas dificultam a adesão ao tratamento; que o uso incorreto da medicação e a presença de comorbidades psiquiátricas também interferem no tratamento. No âmbito familiar, evidencia-se o papel da família como favorecedor da adesão, seja participando no tratamento por meio de reuniões familiares ou auxiliando na mudança de hábitos de vida. No contexto socioeconômico, identificaram que pacientes que residem em locais considerados de alto risco para consumo aderem com mais dificuldade ao tratamento; que muitos pacientes abandonam o tratamento em decorrência de dificuldades financeiras. Quanto ao âmbito institucional, os sujeitos relataram que o vínculo entre profissional/paciente auxilia na adesão ao tratamento, enquanto, a atual infraestrutura do CAPS ad não possibilita um tratamento adequado. Conclui-se que a adesão ao tratamento da depedência química sofre influências de múltiplos fatores, tais como: individuais, familiares, sociais e institucionais. Esses achados proporcionam subsídios para a elaboração de abordagens terapêuticas mais apropriadas, com vistas ao aumento da adesão e da qualidade de vida.
Palavras-chave: Saúde Mental, Transtornos Relacionados ao Uso de Substâncias, Adesão ao Tratamento