RESUMO

O presente trabalho aborda questões referentes a um conceito relativamente novo no âmbito da gestão de recursos hídricos e recuperação de corpos d´água: renaturalização de rios. É feita inicialmente uma revisão conceitual dos processos de manejo e recuperação de rios degradados, dentre eles restauração, reabilitação, remediação, revitalização e renaturalização de rios. Cada projeto elaborado com base nestes conceitos possui planos de ação específicos. A renaturalização se configura como um processo complexo de retorno às condições sustentáveis de um determinado rio, pois vai além das etapas compreendidas no processo de revitalização – melhoria na qualidade das águas para usos múltiplos e replantio de mata ciliar. Além destes aspectos, propõe a recomposição dos subtratos dos rios e de suas margens por meio de iniciativas que utilizem materiais naturais, recomposição da biota aquática e conservação de áreas naturais de inundação. A ação de renaturalização deve ainda contemplar a participação social e constantes práticas de educação ambiental. Neste processo é importante que o rio retorne às condições de um ecossistema de águas correntes naturais. Rios são considerados naturais quando não poluídos e quando possuem capacidade natural de modificar seu leito e curso, ou seja, quando possuem dinâmica de fundo, dinâmica de margens e dinâmica de áreas de inundação (BINDER, 2001). São descritas também neste trabalho algumas das experiências de renaturalização de rios já existentes no mundo, a fim de compreender melhor o conceito. Dentre elas rio Isar (Alemanha); rio Anacostia (EUA), rio das Velhas (Minas Gerais/Brasil); rio Tijuco Preto (São Carlos/São Paulo/Brasil), rio Regge (Holanda) e rio Mapocho (Chile). Tais projetos se deram em contextos diferentes, mas à todos eles foi necessário agir sobre o contexto da bacia hidrográfica e à luz da transdisciplinaridade.

Palavras-chave: Renaturalização, Corpos Hídricos, Bacia Hidrográfica