RESUMO

Esse projeto, sob a ótica das teorizações marxistas, busca sistematizar novos aportes teóricos, em especial sobre a categoria da mediação, tomando como objeto de pesquisa, desde 2012, os artigos dos Anais dos Encontros Nacionais da Associação Nacional dos Pesquisadores em Artes Plásticas. Em 2013, toma-se também como objeto de estudo o Projeto de Mediação do Setor Educativo da Bienal Internacional de Curitiba – VENTOSUL 20 ANOS – que acontece de setembro a dezembro de 2013. Objetiva-se contribuir para o debate sobre as possíveis articulações entre exposição, apreciação e mediação. Desde 2008, o Museu de Arte Contemporânea, de Curitiba, abriu suas portas para a produção artística de alunos e professores das Instituições do Ensino Superior de Arte; hoje, é a Coordenação da Curadoria da Bienal que as convida para um circuito universitário. A Bienal, assim, democratiza ainda mais sua proposta e propõe, além das exposições de artistas já consagrados, a inserção de jovens artistas ainda em formação. É o que se denominou de Circuito Universitário e envolve entre as instituições de ensino superior, a Universidade Federal do Paraná. Assim (e aí se insere nosso projeto), abre-se também espaço de pesquisa e participação no projeto de mediação do Circuito. O objetivo é, sobretudo, não manter a experiência da exposição ou da pesquisa sobre mediação circunscrita à sala de aula. A ideia é estender a experiência de mediação, assim como oportunizar a participação dos estudantes bolsistas na pesquisa, no ensino e na extensão, conforme pressupostos da UFPR em geral, e do Programa Licenciar, em particular. Enfim, tomando-se como referência o papel do mediador cultural, como alguém que mais do que respostas deve propor olhares, este projeto tem como foco a práxis da mediação e as possíveis articulações entre a produção e a recepção da arte. Se a mediação é um diálogo – que se estabelece entre autor, obra e leitor – é fundamental repensar as conexões entre produção, consumo e mediação como lugares de ação e não de contemplação passiva; de distribuição dos bens culturais. Cabe, neste sentido, problematizar os porquês da práxis da mediação ainda se manter num patamar inferior quando comparada à artística, apesar do discurso articulador das duas práticas e dos projetos políticos pedagógicos das inúmeras instituições de ensino afinados com o novo perfil de artista e/ou educador em arte que se impõe na contemporaneidade.

Palavras-chave: Processos de mediação, Educação em Arte, Partilha do sensível