ALTERAÇÕES HEPÁTICAS EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM DOENÇA CELÍACA, E DIAGNÓSTICO DE DOENÇA CELÍACA EM PACIENTES COM HEPATOPATIA CRÔNICA AUTO-IMUNE

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Aluno de Iniciação Científica: Pedro Gabriel Lorencetti (PIBIC/UFPR-TN)

Curso: Medicina (MT)

Orientador: Adriane Celli

Co-Orientador: Zeni Barbero Klem

Colaborador: Fabiane Barbero Klem

Departamento: Pediatria

Setor: Setor de Ciências da Saúde

Área de Conhecimento: 40101088


RESUMO

INTRODUÇÃO: A Doença celíaca (DC) é uma patologia autoimune caracterizada por uma resposta imunológica humoral e celular a presença de glúten no intestino. A apresentação pode variar desde a forma clássica de mal absorção intestinal até manifestações gastrointestinais atípicas e extraintestinais ( infertilidade, osteoporose, anemia por deficiência de ferro). Um grande número de portadores de DC apresentam alterações hepáticas como hipertransaminasemia, que retorna a valores normais após a dieta isenta de glúten, alterações clínicas e laboratoriais semelhantes a uma doença hepática autoimune bem como associação com outras doenças crônicas do fígado. Também tem sido descrito a associação da patologia a várias hepatopatias, principalmente aquelas de caráter auto-imune como a hepatite auto-imune (HAI) e a colangite esclerosante primária (CEP). OBJETIVOS: Pesquisar a prevalência da associação de doença celíaca e hepatopatia auto-imune em crianças e adolescentes; Avaliar a presença de alteração bioquímica hepática em pacientes com diagnóstico de doença celíaca, bem como sua etiologia e evolução.METODO: Estudo retrospectivo transversal incluindo 71 pacientes portadores de doença celíaca e 30 pacientes com hepatopatia auto-imune acompanhados no ambulatório de Hepatologia Pediátrica HC/UFPR, no período de setembro de 2011 a setembro de 2012. Nos pacientes com doença celíaca foram pesquisadas transaminases, fosfatase alcalina e gamaglutamiltransferase. Nos pacientes com hepatite auto-imune ou colangite esclerosante primária foi avaliada a presença do anticorpo anti-endomísio (EMA) e os níveis de IgA. RESULTADO: Dos pacientes com DC, nenhum deles apresentou doenças hepáticas autoimunes associadas. Entretanto, 2 pacientes (2,8%) apresentaram alterações hepáticas, sendo que um deles teve a alteração normalizada após dieta isenta de glúten e o outro não apresentou resposta a terapêutica, porém apresentou exames positivos para auto anticorpos.Quanto aos pacientes com hepatopatias autoimunes 60% eram portadores de HAI, 36,6% de CEP e 3% apresentaram overlap ao diagnóstico. De todo o grupo, apenas 1 paciente (3%) foi diagnosticado com doença celíaca ao decorrer do tratamento da doença de base. CONCLUSÃO:Os resultados encontrados foram semelhantes aos relatados na literatura médica, exceto a incidência de alterações hepáticas em pacientes com DC ( até 54% em alguns trabalhos). Estudos maiores e envolvendo marcadores genéticos poderão elucidar se tal diferença é válida.

Palavras-chave: Doença Celíaca, Hepatopatia Autoimune, Alterações Hepáticas