PERSPECTIVAS DA FAMÍLIA E DE INDIVÍDUOS COM TRANSTORNOS MENTAIS SOBRE O DESEMPENHO OCUPACIONAL.

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Aluno de Iniciação Científica: Camila Sayuri Motizuki (PIBIC/UFPR-TN)

Curso: Terapia Ocupacional (MT)

Orientador: Milton Carlos Mariotti

Departamento: Terapia Ocupacional

Setor: Setor de Ciências da Saúde

Área de Conhecimento: 40800008


RESUMO

Introdução: A partir da reforma psiquiátrica a família torna-se encarregada do cuidado diário do sujeito com transtorno mental, a fim de resocializar o mesmo e auxiliar na assistência psiquiátrica. Assim, esses dois atores sociais vivenciam as problemáticas de desempenho ocupacional nas atividades cotidianas e podem relatar as demandas, dificuldades e particularidades diárias com uma riqueza de conhecimentos. Objetivos: Averiguar as percepções da família e do indivíduo com transtorno mental sobre o desempenho ocupacional nas atividades cotidianas que ele deixou de realizar. Constatar quais dificuldades para a retomada dessas atividades. Materiais e Métodos: Foi realizada pesquisa de campo com abordagem qualitativa descritiva com a utilização do Método Fenomenológico de Sanders. A amostra foi proposital. A coleta de dados foi realizada por meio de entrevista semi-estruturada com gravação de áudio e transcrição, bem como estudo documental das transcrições. A pesquisa passou pelo comitê de ética em pesquisa com seres humanos, bem como todos os participantes assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido. Resultados e Discussão: As perspectivas da família e do sujeito acometido pelo transtorno mental sobre o desempenho ocupacional compreendem as temáticas emergentes de lazer e produtividade. Os temas, ou atividades que os indivíduos deixaram de realizar foram: frequentar a igreja; praticar esportes; realizar atividades de interação social; ouvir música; passear, sair com amigos e família; trabalhar; estudar; fazer curso de computação. Por mais que os indivíduos tenham deixado de realizar atividades similares, as barreiras foram diversas e singulares a cada um. As principais dificuldades para a retomada das atividades foram a dificuldade financeira e as limitações causadas pelo transtorno mental. Verificou-se que as atividades de lazer e produtividade tem íntima relação com a promoção da saúde mental. Também foi evidenciado que dentre os profissionais da saúde que podem auxiliar, o terapeuta ocupacional tem como foco de sua especificidade a ocupação humana, o desempenho ocupacional e consequentemente as dificuldades nessas esferas. Conclusão: Constatou-se a necessidade de orientação e auxílio aos familiares, como também tratamento e reinclusão dos indivíduos nos espaços da comunidade, a fim de praticar as atividades cotidianas que desejem ou necessitem. Averiguou-se ainda a complexidade da problemática e a necessidade do desenvolvimento de mais estudos que explorem o tema.

Palavras-chave: Terapia Ocupacional, Saúde Mental, Atividades Cotidianas