REPOSIÇÃO DE RESERVA ALCALINA DE CONCRETO COM ADIÇÃO POZOLÂNICA USANDO CAL HIDRATADA: UM ESTUDO SOBRE CARBONATAÇÃO NATURAL.

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Aluno de Iniciação Científica: Aline Ferreira (Pesquisa voluntária)

Curso: Engenharia Civil (MT)

Orientador: Marcelo Henrique Farias de Medeiros

Colaborador: Júlio Cesar Fréz

Departamento: Construção Civil

Setor: Setor de Tecnologia

Área de Conhecimento: 30101018


RESUMO

Estudos e estatísticas vêm demonstrando, ao longo do tempo, que a carbonatação e a penetração de cloretos são os principais responsáveis pela degradação de estruturas de concreto armado localizadas em grandes centros. Isso ocorre devido à maior concentração de dióxido de carbono nessas regiões. O CO2 é um componente que reage com o hidróxido de cálcio (portlandita), potássio e sódio remanescentes do processo de hidratação do concreto, formando carbonatos como o carbonato de cálcio que reduz o pH da estrutura de concreto, enfraquecendo dessa forma a sua proteção contra a corrosão da armadura. Esse fato explica a crescente busca por materiais e métodos que resultem em concretos mais duráveis. É demonstrado também que o emprego de adições minerais, geralmente com atividade pozolânica, garante maior durabilidade quanto à exposição a ambientes marinhos, porém resultam em uma diminuição do desempenho do concreto armado quanto à proteção ao ataque de dióxido de carbono. Este estudo tem por objetivo verificar se existe a maior propensão à carbonatação em concretos com adição pozolânica e se a adição de 5% de hidróxido de cálcio, em relação à massa de aglomerante, contribui para que esta desvantagem técnica seja superada. A metodologia aplicada consistiu em dosar nove traços de concreto, compondo três famílias distintas: com metacaulim, com metacaulim mais cal, e o concreto de referência. Após a definição dos traços, foram realizados os seguintes ensaios no estado endurecido: resistência à compressão (de acordo com a NBR 5739), absorção por imersão (conduzido de acordo com a NBR 9778) e resistência à penetração de cloretos segundo a norma ASTM C1202-05. Além dos ensaios citados, o foco dessa pesquisa foi monitorar a carbonatação por 40 meses e estimar a vida útil desses concretos através do uso de modelos matemáticos. Os resultados confirmam a maior tendência de carbonatação dos concretos com adição de material pozolânico e sua menor durabilidade. Apesar de o uso de adição de cal não ter se mostrado eficiente para compensar a redução da reserva alcalina provocada pela ação pozolânica, garantiu um aumento da vida útil nos concretos quando comparado com concretos apenas com a adição do metacaulim.

Palavras-chave: Carbonatação, Vida Útil, Concreto Armado