AVALIAÇÃO DO ÍNDICE DE ATIVIDADE POZOLÂNICA (IAP) DE RESÍDUOS DE CERÂMICA VERMELHA SUBMETIDOS A CHOQUES TÉRMICOS

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Aluno de Iniciação Científica: Jullian Douglas de Oliveira (PET)

Curso: Engenharia Civil (MT)

Orientador: Marcelo Henrique Farias de Medeiros

Colaborador: Waldney Bruno Lima de Araújo

Departamento: Construção Civil

Setor: Setor de Tecnologia

Área de Conhecimento: 30101018


RESUMO

Com a produção de tijolos, telhas, manilhas, entre outros, o segmento da cerâmica vermelha ocupa um papel relevante dentro da indústria da construção civil. De acordo com a ANICER (Associação Nacional da Indústria Cerâmica), esse segmento corresponde a 4,8% do setor da construção civil, gerando um faturamento anual de aproximadamente R$ 18 bilhões. O município de São José dos Pinhais, localizado na Região Metropolitana de Curitiba, tem uma posição de destaque nesse contexto: é a cidade brasileira que contabiliza o maior número de olarias, 150, segundo dados do CREA-PR (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná). Uma característica inerente ao atual panorama da indústria da cerâmica vermelha, tanto a nível municipal, quanto nacional, é a simplicidade nos processos de fabricação. A indústria da cerâmica vermelha é majoritariamente composta por pequenas empresas, cuja organização é basicamente familiar. Assim, há pouco emprego de técnicas sofisticadas, o que acaba por gerar menor produtividade e maiores perdas. O enfoque do presente trabalho consiste justamente na avaliação desse resíduo gerado pela produção de cerâmica vermelha, porém sob o ponto de vista da pozolanicidade. A substituição de cimento por pozolanas em argamassas e concretos é benéfica em muitos aspectos, pois abre a possibilidade de destinação de materiais de rejeito e também reduz o próprio consumo do aglomerante cimentício, cujo processo de fabricação gera grande quantidade de poluição. Além disso, a adição de pozolana faz com que moléculas de hidróxido de cálcio, presentes na pasta de cimento, reajam e formem cristais de silicatos de cálcio, que são os principais responsáveis pela resistência mecânica de argamassas e concretos. Apresentado esse panorama inicial, este trabalho tem por objetivo estudar o grau de pozolanicidade do resíduo de cerâmica vermelha ao natural e após ser submetido a um choque térmico (elevação da temperatura até 700ºC por 5 horas em um forno mufla seguido de resfriamento brusco a temperatura ambiente). O material foi moído com o emprego de um moinho de bolas, apresentando 3 níveis de finura, que é outro fator de possível influência na reatividade do material estudado. A metodologia do trabalho se baseou na medida do índice de atividade pozolânica (IAP) com cal e cimento, regidos pelas normas brasileiras NBR 5751 e NBR 5752, respectivamente. Os resultados indicam que o choque térmico elevou o índice de atividade pozolânica do resíduo estudado.

Palavras-chave: Cerâmica Vermelha, Resíduos, Pozolanicidade