DESENVOLVIMENTO DE TÉCNICAS DE MANEJO DE PEIXES ORNAMENTAIS MARINHOS: ANESTESIA DE PEIXES PALHAÇOS

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Aluno de Iniciação Científica: Marilia Cristina Pinto (Outro)

Curso: Medicina Veterinária - Curitiba (MT)

Orientador: Antonio Ostrensky Neto

Co-Orientador: Ana Silvia Pedrazzani

Colaborador: Thayzi de Oliveira Zeni

Departamento: Zootecnia

Setor: Setor de Ciências Agrárias

Área de Conhecimento: 50603000


RESUMO

A utilização de substâncias anestésicas durante o manejo de peixes apresenta benefícios técnicos de manejo, bem como visa o aumento do grau de bem estar dos animais. A espécie ornamental marinha Amphiprion ocellaris, popularmente conhecida como peixe palhaço, é a mais comercializada mundialmente. O objetivo do presente trabalho foi avaliar o efeito anestésico de óleos essências de cravo, cânfora e menta em peixes palhaços A. ocellaris. Foram adquiridos 200 animais, os quais foram primeiramente submetidos a um período de adaptação às condições laboratoriais. O pH, a concentração de amônia total e a temperatura da água foram monitorados diariamente e os animais foram alimentados duas vezes ao dia. Inicialmente foi avaliado o efeito anestésico da concentração mínima (5µL/L de água) dos três óleos. Os peixes foram expostos aos anestésicos por 15 minutos e, a partir do estágio anestésico atingido, a concentração foi testada de forma progressiva até que a dosagem fosse suficiente para promoção do nível anestésico IV (anestesia). Posteriormente, os animais foram submetidos a concentrações de 5, 10, 20, 27 e 35 µL/ L de óleo de cravo, 17, 35, 50, 70 e 100 µL/ L de água de óleo de menta e 200, 400, 500, 55 e 600 µL/ L de água de óleo de cânfora, todas testadas em cinco animais por concentração; além de um grupo controle e de um teste complementar utilizando cinco outros animais expostos ao etanol (substância utilizada para diluir os óleos). Após exposição aos anestésicos os peixes foram colocados em água limpa para avaliação da recuperação. Os animais foram considerados recuperados quando retomaram posição vertical e natação normal. A mortalidade e o comportamento alimentar foram observados durante as 48 horas após a exposição aos óleos. O óleo de cravo na concentração de 5µL/L de água promoveu sedação leve enquanto a concentração de 35µL/L levou a óbito todos os peixes nas 24 horas subsequentes à indução anestésica. O óleo de menta na concentração 17µL/L não promoveu efeito anestésico, pelo contrário, provocou a excitação dos peixes. As concentrações de 50, 70 e 100 µL/L, por sua vez, promoveram a anestesia profunda (nível anestésico III). Após 24 horas dois animais submetidos à concentração de 100µL/L foram a óbito. A dose de 200µL/L de óleo de cânfora provocou a sedação leve (nível anestésico II) e as concentrações de 400 e 500µL/L provocaram a anestesia profunda dos animais. Já nas concentrações de 550 e 600 µL/L a maioria dos animais atingiu a anestesia cirúrgica (nível anestésico IV).

Palavras-chave: Anestesia, Óleos Essenciais, Peixes Ornamentais