RESUMO

Diversos trabalhos científicos realizado com camarões demonstraram que mesmo em sistemas de produção com oferecimento de alimentação exógena, a alimentação natural representa uma parte significativa da dieta destes animais. O camarão da Amazônia Macrobrachium amazonicum é a principal espécie nativa com potencial para produção em cativeiro entretanto pouco se sabe sobre as exigências nutricionais desta espécie. O objetivo principal deste projeto foi avaliar o efeito da suplementação de ração durante a produção de juvenis de em cercados. O delineamento foi inteiramente casualizado, composto por dois tratamentos e três repetições: Tratamento sem ração e tratamento com ração (35% PB). Os cercados foram estocados com 10 camarões/m2, com peso inicial médio de 0,63±0,17 g e comprimento médio de 4,28±0,34 cm. A cada 10 dias foram realizadas biometrias dos camarões e coletadas amostras de água e do sedimento de cada cercado. Os resultados mostraram que as variáveis de qualidade de água se mantiveram adequadas para a biologia da espécie, e que o tratamento sem ração apresentou peso de 4,83±1,03 g, comprimento 8,44±0,51 cm e sobrevivência de 80±9,6 %, enquanto para o tratamento com ração o peso foi de 4,43±0,93 g, comprimento de 8,03±0,43 cm e sobrevivência de 73±3,5 %. Entretanto, não foram observadas diferenças significativas (p>0,05) para peso, comprimento total e sobrevivência entre os tratamentos. As análises de macroinvertebrados bentônicos apresentaram diferença significativa (p<0,05) para abundância total de Oligochaeta entre os dias de coleta e para Polymitarcyidae entre os tratamentos. Conclui-se, portanto, que o desempenho zootécnico do M. amazonicum nesta condição e durante este período experimental não é influenciado pelo fornecimento da ração, e que a alimentação natural supre as necessidades nutricionais dos camarões durante 60 dias, sem necessitar do fornecimento da ração.

Palavras-chave: Aquicultura, Carcinicultura, Rações