IDENTIFICAÇÃO DO VÍRUS DA DOENÇA EPIZOÓTICA HEMORRÁGICA, ATRAVÊS DA TÉCNICA DE RT-PCR, EM CERVÍDEOS NECROPSIADOS NO REFÚGIO BELA VISTA, PARANÁ

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Aluno de Iniciação Científica: Pedro Afonso Marmol Riffel (PIBIC/CNPq)

Curso: Medicina Veterinária - Palotina (MT)

Orientador: Aline de Marco Viott

Colaborador: Elisabete Takiushi, Zalmir Silvino Cubas, Rubia Macedo

Departamento: Medicina Veterinária

Setor: Campus Palotina

Área de Conhecimento: 50000004


RESUMO

A doença epizootica hemorrágica (DHE) é uma doença viral infecciosa não contagiosa, transmitida por insetos do gênero Culioides, que afeta preferencialmente ruminantes selvagens como os cervídeos. O vírus da DEH pertence à família Reoviriae, gênero Orbivírus e a forma clínica da doença já foi relatada em vários países e recentemente foi identificada no Brasil. Com o objetivo de identificar o vírus da DEH em cervídeos de vida livre e de cativeiro no estado do Paraná, foram analisados os históricos clínicos de todos os cervideos necropsiados no Refugio Biológico Bela Vista – Foz do Iguaçu, no período de 2002 a 2012. Desses, 75 animais apresentaram sinais clínicos e alterações macroscópicas compatíveis com a doença. As amostras teciduais foram analisadas por histopatologia, através da coloração de Hematoxilina e Eosina e 21 apresentaram lesões histológicas fortemente sugestivas da DEH e três moderadamente sugestivas. Essas lesões se caracterizaram principalmente por edema pulmonar e congestão difusa severa de pulmão, rins, baço e músculos. As hemorragias foram observadas em vários órgãos mais se acentuaram nos pulmões, músculos e baço. Os animais também apresentavam vasculite linfohistiocitária multifocal leve à moderada principalmente no baço e nos pulmões. Amostras teciduais parafinizadas desses animais foram submetidas a extração de RNA para a realização do teste da reação em cadeia da polimerase (RT—PCR). Para a mesma foi sintetizado um primer a partir da sequencia NS2 que codifica uma proteína estrutural bem conservada do vírus com um produto final de 379pb. Todas as amostras foram negativas no RT-PCR. Concomitantemente, foram coletadas 20 amostras de sangue de animais hígidos, pertencentes ao plantel do Refugio Biológico. Realizou-se a extração de RNA a partir da papa de leucócitos. Essas amostras foram submetidas à técnica de RT-PCR, para a identificação do vírus da DEH, e todas foram negativas. Apesar de não ter sido possível identificar o RNA viral da DEH nas amostras analisadas pela RT-PCR, não podemos descartar a ocorrência da doença nos cervídeos avaliados. Pois, foram observados sinais clínicos e alterações macroscópicas e microscópicas compatíveis em vários animais analisados. A presença de inibidores da PCR em tecidos já fixados, como o formol, por exemplo, e a analise de sangue proveniente de animais saudáveis e não doentes, pode ter acarretado em uma baixa sensibilidade da técnica de RT-PCR resultando em alto número de falsos negativos.

Palavras-chave: Cervídeos, Vírus, Doença Epizoótica Hemorrágica