HISTÓRICO DE MONITORAMENTO DE LIMNOPERNA FORTUNEI (BIVALVIA) NO ESTADO DO PARANÁ

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Aluno de Iniciação Científica: Marcus Vinícius Camargo Figueiredo (LACTEC)

Curso: Ciências Biológicas (M)

Orientador: Tânia Lúcia Graf de Miranda

Co-Orientador: Sandra Ludwig

Colaborador: Walter Antônio Pereira Boeger

Departamento: Solos e Engenharia Agrícola

Setor: Setor de Tecnologia

Área de Conhecimento: 20400004


RESUMO

O Limnoperna fortunei Dunker 1857 (conhecido como mexilhão-dourado) é um molusco bivalve originário da Ásia e foi introduzido na América do Sul, provavelmente pelo Rio da Prata, Argentina. Ao longo de dez anos, a partir do Rio Paraná, o mexilhão se dispersou e tem gerado impactos por cinco países: Argentina, Uruguai, Paraguai e Bolívia. Um marcador molecular foi desenvolvido para o L. fortunei, e está sendo usado atualmente, para monitoramento a partir de amostras de plâncton, assim, é possível que estas usinas tomem medidas preventivas contra o mexilhão dourado. Este trabalho tem como objetivo fazer um histórico do monitoramento de L. fortunei desde o desenvolvimento do protocolo molecular de detecção/ identificação em amostras de plâncton até o presente momento, em usinas hidrelétricas do Rio Iguaçu, Paraná. Foi realizado um levantamento de ocorrências positivas quanto à presença do mexilhão-dourado em amostras de plâncton, por sete anos (2006 a 2013) de monitoramento em usinas hidrelétricas no Rio Iguaçu, Paraná. Após coleta das amostras de plâncton, em laboratório, essas amostras passaram por uma nova filtragem separando a água do plâncton, tornando a extração de DNA mais eficiente. Em seguida, o DNA foi amplificado com um marcador específico para esta espécie segundo Pie et al. (2006). As usinas hidrelétricas do Rio Iguaçu selecionadas foram: Capivari, Caxias, Fundão, Guaricana, Faxinal, Foz do areia, Marmelândia, Jordão, Mauá, Piquiri, Pitangui, Santa Clara, São Jorge, Segredo e Vossoroca. No ano de 2006 não foi detectada a presença do mexilhão-dourado em nenhuma usina enquanto que no ano de 2007 foi verificado o maior número de ocorrências, exceto nas usinas de Faxinal, Jordão, Mauá, Piquiri, Santa Clara e Segredo. Somente a amostra de Fundão apresentou resultados inconclusivos (quando a integridade do DNA não é adequada para a aplicação do marcador) por vários anos: 2006, 2007, 2008 e 2010. No ano de 2008 as usinas de Caxias, Guaricana, Foz do Areia, Mauá, Pitangui, Santa Clara, São Jorge e Vossoroca apresentaram resultado negativo para a presença de L. fortunei. Nos anos seguintes houve uma redução no número de ocorrências positivas: em 2009 somente Caxias e Fundão; em 2010 somente Mauá e Segredo; em 2011 e 2012 Caxias, Fundão e Santa Clara; e em 2013 Foz do Areia, Jordão, Mauá e Segredo. Esses resultados refletem eventos de dispersão em pulso e evidência de que as populações estão reproduzindo e propagando, mesmo contra fluxo do rio, ao longo do Rio Iguaçu e rios adjacentes.

Palavras-chave: Mexilhão-dourado, Monitoramento, Invasão