A RECREAÇÃO FILOSÓFICA, DO PADRE TEODORO DE ALMEIDA, E A FILOSOFIA NATURAL EM PORTUGAL, NA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XVIII
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Aluno de Iniciação Científica: Patrícia Govaski (PIBIC/Fundação Araucária)
Curso: História (T)
Orientador: Antonio Cesar de Almeida Santos
Departamento: História
Setor: Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes
Área de Conhecimento: 70503001
RESUMO
O século XVIII é caracterizado como um momento profícuo para o surgimento de novas experiências vinculadas ao conhecimento. Em boa parte do continente europeu, o conhecimento racional e um ideal de controle sobre o meio natural exerciam fascínio sobre diversos pensadores. O reino de Portugal não ficou alheio a este movimento transformador e, nesse período, a produção filosófica portuguesa ganhou visibilidade e apreço por parte do meio público. O clérigo oratoriano Teodoro de Almeida, expressivo representante do pensamento iluminista em Portugal, está entre os mais notáveis indivíduos que observaram o surgimento de novas experiências ligadas à Filosofia Natural e à educação no século XVIII. Assim, utilizando como fonte principal o primeiro e o décimo Tomos que compõem a Recreação Filosófica, obra de proporções enciclopédicas, escrita e publicada entre os anos de 1751 e 1800, o objetivo desta pesquisa foi investigar de que forma a obra e o pensamento filosófico de Teodoro de Almeida podem nos remeter a elementos interligados à concepção de Filosofia Natural presente em Portugal durante a segunda metade do século XVIII. A metodologia escolhida para a realização da pesquisa foi sugerida por abordagens que marcam a Nova História do Pensamento Político, especialmente com a utilização de um método de análise que consiste em situar os escritos políticos em seus determinados contextos linguísticos e sociais, de maneira que nos permita identificar o que seus autores pretendiam comunicar ao escrevê-los. Guiando nossa pesquisa por esta abordagem "contextualista", obtivemos indícios de que a Filosofia Natural em Portugal, durante o século XVIII, encontrava-se em um processo de renovação, caracterizado pela refutação da filosofia escolástica e pautado em um ideal de valorização de um novo paradigma científico e filosófico. Com a análise dos dois Tomos da Recreação Filosófica, pode-se concluir que Teodoro de Almeida procurou defender em sua obra a Filosofia Natural moderna da suspeita de ateísmo que pesava sobre ela, assim como provar que o filósofo natural moderno detinha um maior conhecimento acerca da grandeza de Deus se comparado ao filosófico moderno peripatético, ou seja, seguidor da filosofia aristotélica concebida pela escolástica medieval. A Recreação Filosófica, portanto, pode ser vista como uma iniciativa de adequação de antigos ideais ou referenciais espirituais e teológicos aos tempos modernos, onde o surgimento de novos conhecimentos científicos propunha uma nova visão de mundo diversa da perspectiva tradicional.
Palavras-chave: Iluminismo, Filosofia Natural, Recreação Filosófica