CARACTERIZAÇÃO DAS PROPRIEDADES SUPERFICIAIS DE BIODISPOSITIVOS FORMADOS A PARTIR DE CELULOSE BACTERIANA E GOMA ARÁBICA
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Aluno de Iniciação Científica: Caroline Ezequiel de Paulo da Silva (PIBIC/CNPq)
Curso: Química (MT)
Orientador: Izabel Cristina Riegel Vidotti
Co-Orientador: Aline Grein
Colaborador: Francine Valenga, Maria Rita Sierakowski
Departamento: Química
Setor: Setor de Ciências Exatas
Área de Conhecimento: 10603042
RESUMO
Biomateriais são tradicionalmente definidos como materiais utilizados em dispositivos médicos e interagem com sistemas biológicos através das superfícies envolvidas, portanto é de vital importância o estudo das propriedades superficiais de um biomaterial. No presente trabalho, modificou-se celulose bacteriana (CB) com goma arábica visando o desenvolvimento de um biocurativo. A celulose bacteriana é um biopolímero produzido pela bactéria Acetobacter xylinum na forma de membranas altamente hidratadas. Uma das aplicações mais promissoras da celulose é na área biomédica, devido as suas propriedades, como biocurativos ou substituintes temporários à pele lesionada. A goma arábica é um biopolímero extraído de exudatos de troncos e galhos de árvores de acácia e trata-se de um polissacarídeo ramificado com frações proteicas. A África é a maior produtora de goma, porém no Brasil, planta-se a espécie Acacia mearsnii De Wild, e a goma proveniente dessa árvore não é explorada comercialmente. A fim de investigar as modificações de CB com goma arábica comercial (importada) (GAC) e goma arábica nacional (GAN) foram utilizados os seguintes métodos: medida do ângulo de contato (AC) e microscopia de força atômica (AFM). Modificaram-se as membranas de celulose bacteriana pela adsorção de goma arábica (comercial e nativa) pelo método de imersão. A superfície das membranas foi analisada em um tensiômetro DataPhysics OCA15+ a partir do método da gota séssil. A partir dos resultados obtidos para o AC utilizando água e a energia superficial calculada pelo método de Newmann, pode-se inferir que a adesão de goma à CB acrescentou maior hidrofobicidade ao sistema devido à diminuição da energia superficial. Realizaram-se imagens de AFM dos biocompósitos num equipamento Agilent PicoPlus Molecular Imaging, em modo tapping. Foram feitas imagens, em regiões 5 µm x 5 µm, de uma amostra controle sem modificação e de outras duas modificadas com GAC e GAN. É possível verificar que houve adesão de goma, tanto GAC como GAN, nas membranas de CB. Observou-se a formação de agregados esféricos, uma característica bastante comum à goma arábica. A partir das técnicas realizadas, foi possível mostrar que tanto a GAC como a GAN modificam a superfície da CB, o que pode aumentar a versatilidade da CB como biocurativo e ainda agregar valor a um produto nacional (GAN). Agradecimentos ao CNPq(477467/2010-5), a CAPES e a UFPR.
Palavras-chave: Goma Arábica, Celulose, Microscopia