MONITORAMENTO DAS ESPÉCIES EXÓTICAS DA COMUNIDADE DE INVERTEBRADOS MARINHOS INCRUSTANTES EM SUBSTRATO ARTIFICIAL, NA FOZ DO RIO ITIBERÊ, PARANAGUÁ-PR
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evinci/resumo_0256.html
Aluno de Iniciação Científica: Camilla Felippe (PIBIC/CNPq)
Curso: Ciências Biológicas (M)
Orientador: Maria Angélica Haddad
Departamento: Zoologia
Setor: Setor de Ciências Biológicas
Área de Conhecimento: 20400004
RESUMO
Nas últimas décadas, as atividades marítimas têm sido a principal fonte de introdução de espécies marinhas exóticas. Para monitorar a presença e a abundância dessas espécies na área portuária de Paranaguá, o projeto propõe a identificar os invertebrados incrustantes que colonizam substratos artificiais, classificando-os em introduzidos, nativos ou criptogênicos. Experimentos com placas de polietileno foram instalados no Iate Clube de Paranaguá, localizado próximo ao Porto de Paranaguá, no interior da Baía de Paranaguá. De maio de 2013 a janeiro de 2012, esses conjuntos compostos por 2 placas de polietileno, de 12 x 12 cm, foram amarrados em flutuadores do Iate Clube, submersos em uma profundidade de 1,5m. A cada trimestre, as placas eram recolhidas e substituídas por novas. Os trimestres correspodem aos períodos de maio a julho, agosto a outubro e novembro a janeiro. A análise das placas se deu sob microscópio estereoscópico e a porcentagem de cobertura dos organismos foi estimada a partir de uma grade quadriculada, contando-se as espécies presentes em 40 pontos de intersecção. Durante o período de estudo, recrutaram 35 morfotipos de invertebrados incrustantes. Destes, cinco espécies são consideradas introduzidas: o briozoário Hippoporina indica, o hidroide Podocorina n. sp., o octocoral Stragulum bicolor e os cirripédios Amphibalanus reticulatus e Striatobalanus amaryllis. Somente 4 espécies são nativas e 26 criptogênicas. As maiores porcentagens de cobertura, em todo período de estudo, foram de H. indica (19,58%), dos hidrozoários da família Campanulariidae (13,22%) e de mexilhões (9,51%). No primeiro trimestre, que corresponde ao período de outono/inverno, os briozoários, principalmente H. indica, e os poríferos predominaram, com 65,35% e 14,48% de cobertura, respectivamente. No segundo trimestre (inverno/primavera), os organismos mais abundantes foram os Campanulariidae (37,91%) e os tubos de poliquetas e de anfípodos (18,25%). No terceiro recrutamento (primavera/ verão), a abundância de mexilhões foi alta (26,58%), seguida de briozoários, principalmente da família Electriidae (14,33%). Os dados mostram que houve alterações na comunidade nas diferentes épocas do ano, indicando padrões de sazonalidade das espécies. Assim como espécies consideradas introduzidas e criptogênicas predominara no fouling, provavelmente devido a vantagens biológicas, como crescimento mais rápido, maior capacidade reprodutiva, ou ecológicas, como alta capacidade competitiva e de defesa contra predadores. Os resultados reforçam a necessidade do monitoramento das espécies.
Palavras-chave: Bentos marinho, Bioinvasão, Interações entre Espécies