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Título
RESPOSTAS ECOTOXICOLÓGICAS DE CHIRONOMUS SANCTICAROLI STRIXINO & STRIXINO, 1981 (DIPTERA: CHIRONOMIDAE) EXPOSTOS AO BENZO[A]PIRENO
Aluno: Maiara Vicentini - PIBIC/CNPq - Curso de Ciências Biológicas (M) - Orientador: Mario Antonio Navarro da Silva - Departamento de Zoologia - Área de conhecimento: 20406002 - Palavras-chave: biomarcadores; hidrocarbonetos; invertebrados - Colaborador: Débora Rebechi, Vinicius Sobrinho Richardi.
O padrão de produção de materiais e consumo na sociedade contemporânea leva a acumulação de poluentes com efeitos adversos ao ambiente. Dentre os poluentes que podem ser encontrados está o benzo[a]pireno, um hidrocarboneto de alto peso molecular, com potencial carcinogênico. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar a atividade enzimática das enzimas acetilcolinesterase (AChE), esterases alfa (EST-alfa) e beta (EST-beta), superoxido desmutase (SOD) e catalase (CAT), em larvas de Chironomus sancticaroli expostas ao benzo[a]pireno, com diferentes períodos de exposição. Os organismos utilizados nos bioensaios de toxicidade foram provenientes da colônia do Laboratório de Entomologia Médica e Veterinária (LEMV) da Universidade Federal do Paraná (UFPR), mantida em sala com condições controladas de temperatura (25 ± 2ºC), fotoperíodo (12h claro/12h escuro) e umidade relativa do ar (80 ± 10%). Foram realizados diversos bioensaios de toxicidade aguda (96h), sem sedimento e com água desclorada, com concentrações aleatórias, para a calibração da faixa letal. A partir desses dados foram calculadas as concentrações letais (CL). Foram selecionadas as concentrações CENO (Concentração de Efeito Não Observado), CL10, CL30, CL50, com valores de 0,47; 2,13; 3,41 e 4,73µg/l respectivamente, para a realização dos ensaios de toxicidade aguda, com períodos de exposição de 24, 48, 72 e 96h. Desses, foram retirados organismos para os ensaios enzimáticos, que seguiram os protocolos baseados em Ellman et al. (1961) modificado para microplaca por Silva de Assis (1998), Valle et al. (2006), Gao et al. (1998), Aebi (1984) e Bradford (1976), para a AChE, ESTs, SOD, CAT e quantificação das proteínas totais, respectivamente. Com relação aos resultados, para a AChE foram encontradas diferenças significativas em 24h na CENO; 48h na CL10 e CL50; e 72h na CENO, CL10 e CL30, com ocorrência de inibição e indução. Para a EST-alfa na CENO; 48h na CL10, CL30 e CL50; e 72h na CL30, com indução e inibição. Para EST-beta em 48h na CL10, CL 30 e CL50 e 72h na CL10, CL 30 e CL50, com indução e inibição. Para SOD em 24h na CL30; e 96h na CL30 e CL50, somente indução. Para CAT em 48h na CL50; e 96h na CL30, somente inibição. Esses resultados indicam tanto estresse oxidativo quanto alterações no metabolismo dos organismos. Essa alteração no metabolismo das larvas pode indicar efeitos a nível de ecossistema. Como os Chironomidae estão conectados a produtores e consumidores secundários, as redes tróficas dos ecossistemas aquáticos podem ser afetadas.