1296

Título
ALTERAÇÕES REPRODUTIVAS EM PACIENTES SUBMETIDAS A TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA NO HOSPITAL DE CLÍNICAS DA UFPR

Aluno: Marcelo Lucchesi Montenegro Silva - Curso de Medicina (MT) - Orientador: Jaime Kulak Junior - Departamento de Tocoginecologia - Área de conhecimento: 40100006 - Palavras-chave: transplante medula óssea; preservação da fertilidade; quimioterapia gonadotóxica - Coorientador: Marta Francis Benevides Rheme - Colaborador: João Guilherme Grassi dos Anjos, Vaneuza Araújo Moreira Funke.

Neoplasias são doenças que podem afetar diversos tecidos ao longo do corpo e resultar em uma variedade de complicações, inclusive ginecológicas. Aproximadamente 10% dos casos de câncer em mulheres ocorrem abaixo dos 45 anos, sendo que há uma sobrevida de 83% em mulheres dessa faixa etária diagnosticadas com câncer. Portanto, com a progressão das taxas de sobrevida, maior atenção deve ser voltada aos possíveis efeitos tardios das terapias antineoplásicas, que podem vir a afetar a qualidade de vida futura das pacientes. Entre esses efeitos, ressaltam-se as alterações endócrinas e a infertilidade. Agentes quimioterápicos, especialmente os alquilantes, estão associados à insuficiência ovariana precoce, levando a sintomas de hipoestrogenismo hipogonadotrópico e infertilidade. A redução da função ovariana é ainda mais marcante quando há concomitância do tratamento radioterápico. A terapia utilizada no transplante de medula óssea (TMO) é considerada a mais gonadotóxica, induzindo insuficiência ovariana em mais de 80% dos casos. Existem algumas opções para preservação e restauração da fertilidade, como a redução da gonadotoxicidade, proteção ovariana e a criopreservação de gametas, embriões ou tecido ovariano; contudo, infelizmente, essas opções não são fornecidas às pacientes do hospital escola da UFPR. No apresente estudo, por meio da aplicação de um questionário a pacientes entre 14-40 anos, com tempo pós-transplante de pelo menos 1 ano e que tinham função ovariana prévia normal, foi realizada uma análise descritiva e transversal com o objetivo de avaliar o perfil reprodutivo (menacme, padrão menstrual e história gestacional) e o nível de entendimento das pacientes do Hospital de Clínicas submetidas ao TMO em relação à orientação fornecida quanto aos riscos de doenças associadas a este procedimento.