1192
Título
IDENTIFICAÇÃO DOS PROCESSOS CRÍTICOS PROTETORES E DESTRUTIVOS DA SAÚDE DOS PROFESSORES DA SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ
Aluno: Thadeu Rocha da Costa - PIBIC/Fundação Araucária - Curso de Medicina (MT) - Orientador: Guilherme Souza Cavalcanti de Albuquerque - Departamento de Saúde Comunitária - Área de conhecimento: 40600009 - Palavras-chave: saúde do trabalhador; professores; sofrimento mental - Colaborador: Maíza Vaz Tostes, Fernanda Michiko Carneiro Aoyama.
As mudanças ocorridas desde a década de 1970 diante da crise econômica capitalista, vêm tendo inúmeras repercussões em vários setores da sociedade como o trabalho e a educação. A escola, espaço de reprodução ideológica e técnica da força de trabalho, vem sofrendo diversas alterações, adequando-se às novas exigências do capital. As transformações dos processos produtivos, marcadas pelo aumento da automatização da informatização e pela reengenharia que elimina diversos postos de trabalho e exige dos trabalhadores restantes múltiplas habilidades, menos fundadas no domínio das bases científicas dos processos de trabalho que nas técnicas de aumento da produtividade, impõem uma formação escolar muito diferente daquela da escola tradicional. As exigências sobre o professor também se modificam e são acompanhadas de grande aumento do adoecimento docente, em especial do sofrimento mental, documentado por inúmeras pesquisas em todo o mundo. Diante disso realizou-se o presente trabalho com o objetivo de identificar a prevalência de sofrimento mental nos professores da rede estadual de ensino do Paraná. Utilizou-se os questionários Self Report Questionaire (SRQ-20) para investigar possíveis distúrbios psíquicos menores (DPM), o questionário de depressão de Beck e o questionário de ansiedade de Beck, além de um questionário sócio-demográfico e de morbidade autorreferida. Todos os professores Secretaria de Estado da Educação do Paraná foram convidados a participar. Os resultados referem-se aos dados daqueles que acessaram o site da plataforma da pesquisa e responderam ao questionário completo. A amostra contou com 417 professores do estado, sendo 80,58% mulheres e 19,12% homens. A prevalência de DPM foi de 58,99%. Algum grau de depressão esteve presente em 65,22%. Além disso, 50,11% dos professores apresentaram ansiedade moderada ou grave. Observaram-se, ainda, maiores taxas de prevalência para o gênero feminino, para professores com mais de 21 horas de aula semanais, para aqueles que trabalhavam nos três turnos e sempre que trabalhavam no turno da tarde. Constatou-se alto índice de sofrimento mental nos professores pesquisados, relacionado ao gênero, ao número de horas de aula semanais e ao turno de trabalho.