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Título
AVALIAÇÃO DAS COMPLICAÇÕES PERIPARTO E PERINATAIS EM RECÉM-NASCIDOS FILHOS DE MÃES DIABÉTICAS

Aluno: Larissa Santos de Camargo - PIBIC/CNPq - Curso de Medicina (MT) - Orientador: Regina Paula Guimarães Vieira Cavalcante da Silva - Departamento de Pediatria - Área de conhecimento: 40101088 - Palavras-chave: diabetes mellitus; recém-nascidos; complicações.

Introdução: A prevalência do Diabetes Melito (DM) na gestação tem aumentado significativamente a cada ano. As repercussões no recém-nascido (RN), em razão da presença dessa morbidade materna, são diversas e com diferentes potenciais de gravidade, como: hipoglicemia, hipóxia-isquemia, macrossomia, síndrome do desconforto respiratório, icterícia, malformações, ou até a morte. Este estudo buscou determinar a prevalência de complicações periparto e perinatais em RN de mães diabéticas. Materiais e Métodos: Trata-se de uma coleta retrospectiva de dados de prontuários de RN filhos de mães diabéticas admitidas no HC-UFPR entre 2010 e 2011. Analisou-se dados maternos e do RN, conforme a clínica e os exames laboratoriais. Resultados: Selecionou-se 386 gestantes diagnosticadas com DM, totalizando 387 RN. A prevalência do Diabetes Melito Gestacional (DMG) foi maior que os demais subtipos. Houve predomínio de cesárea e a principal complicação periparto foi a dificuldade de extração. As médias de peso ao nascimento foi 3315 gramas, com 14% de macrossômicos. A hipoglicemia pós-natal foi a complicação perinatal mais frequente, estando presente em 24% dos RN. Metade destes apresentou sintomas, como irregularidade respiratória, hipotonia e hipoatividade. Discussão: O acompanhamento simultâneo das mães nos serviços de endocrinologia e de obstetrícia propiciou melhores controles glicêmicos maternos, o que refletiu nas menores taxas de complicações materno-fetais encontradas no estudo. A complicação mais prevalente (extração difícil) está nitidamente relacionada à macrossomia. É conhecida a maior prevalência de RN grandes para idade gestacional (GIG) quando o DM está presente, conforme evidenciado neste estudo. A prevalência de hipoglicemia mostrou-se expressivamente maior do que o relatado na literatura, o que pode ser explicado por o local do estudo ser um centro de referência no cuidado a gestantes diabéticas. O controle glicêmico feito na UTI neonatal e o diagnóstico precoce de hipoglicemia evitaram o aparecimento de maior sintomatologia. Outras complicações foram menos frequentes e a taxa encontrada de malformações foi menor do que a literatura apontou, justificada pelo rigoroso controle glicêmico. Conclusão: Os resultados obtidos foram semelhantes aos descritos na literatura. Uma particularidade deste estudo foi a baixa taxa de complicações e malformações nos RN, reflexo de uma adequada assistência à gestante diabética.