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Título
ATIVIDADE DE OVIPOSIÇÃO E FISIOLOGIA DE AEDES (STEGOMYIA) AEGYPTI (LINNAEUS, 1762)
Aluno: Thais Santana de Lima - IC-Voluntária - Curso de Ciências Biológicas (M) - Orientador: Magda Clara Vieira da Costa Ribeiro - Departamento de Patologia Básica - Área de conhecimento: 21303002 - Palavras-chave: aedes aegypti; oviposição; esgoto - Coorientador: Rodrigo Faitta Chitolina - Colaborador: Filipe Apolinário dos Anjos.
A escolha dos locais para a oviposição pelas fêmeas de Aedes (Stegomyia) aegypti é um fator importante para o seu desenvolvimento, distribuição e dispersão. Além disso, tem relação direta na implementação das ações de controle. Postula-se que essa espécie desenvolve-se em locais de água limpa, entretanto, já existem registros do encontro de imaturos e adultos em fossas sépticas e redes de esgoto. O objetivo deste estudo foi avaliar a taxa de oviposição de fêmeas de A. aegypti e aspectos da sua fisiologia reprodutiva em esgoto. Para a realização dos bioensaios, fêmeas de Ae. aegypti (cepa Rockefeller) com a mesma idade fisiológica e após o repasto sanguíneo em camundongos, foram submetidas à duas metodologias: a) com escolha, onde na mesma gaiola foram ofertados três substratos para oviposição: tratamento (esgoto bruto), controle positivo (água destilada) e controle negativo (hipoclorito de sódio 1%) e b) sem escolha, um substrato por gaiola. Para ambas as metodologias, foram feitas três repetições e a cada 24h as soluções eram trocadas e rotacionadas em sentido horário. Após 72 horas, os ovos ovipositados foram contabilizados e as fêmeas dissecadas para verificação da retenção de ovos e confirmação fisiológica do repasto sanguíneo pela técnica de Detinova. Não houve oviposição no controle negativo e a técnica de Detinova evidenciou 100% de repasto sanguíneo, comprovando aptidão à oviposição. Apesar de maior oviposição no esgoto, não houve diferença significativa (P>0,05) entre esgoto e controle positivo para ambas as metodologias. Em relação à retenção de ovos nos ovários, em ambas metodologias não houve diferença significativa (P>0,05). As análises físico-químicas do esgoto revelaram condições propícias à oviposição e desenvolvimento desta espécie. Pelo Índice de Atratividade de Oviposição (OAI) o esgoto foi considerado como não atrativo, mas os valores positivos encontrados OAI=+0,1246 (com escolha) e OAI=+0,1048 (sem escolha) são indicativos de que fêmeas de A. aegypti podem utilizar esse subtrato para oviposição e não somente a água limpa, como preconizado. Dadas às condições de baixa infraestrutura e falta de saneamento básico encontradas em muitas regiões do Brasil, esse estudo tem relevante implicação nas ações de controle e vigilância de A. aegypti, principal vetor do dengue no País.