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Título
AVALIAÇÃO IMUNOISTOQUÍMICA DE BIOMARCADORES PRÓ-APOPTÓTICOS, ANTI-APOPTÓTICOS E DE ADAPTAÇÃO E CRESCIMENTO CELULAR EM AMOSTRAS DE MIOCÁRDIO DE PREMATUROS HIPOXÊMICOS
Aluno: Renata Rolim Sakiyama - PIBIC/CNPq - Curso de Medicina (MT) - Orientador: Lucia de Noronha - Departamento de Patologia Básica - Área de conhecimento: 40105008 - Palavras-chave: hipóxia; prematuridade; miocárdio.
A prematuridade é uma das principais condições de risco ao recém-nascido. Dentre as inúmeras consequências que pode trazer consigo, está a hipóxia, a qual costuma ser altamente deletéria para órgãos e tecidos, dependendo do nível em que acontece. Porém, o coração demonstra uma notável habilidade de se recuperar de lesões sofridas por essa razão. Existem evidências de crescimento regenerativo do miocárdio, baseadas em novas descobertas e avanços na compreensão da regulação do ciclo celular dos cardiomiócitos, sendo que esse crescimento ocorre por hiperplasia e/ou hipertrofia das células mencionadas. Além disso, acredita-se que a morte celular nessas lesões não ocorre por necrose, mas sim por apoptose, o que não leva à sequelas tardias, tais como fibrose e discinesias, no coração do neonato, favorecendo também a recuperação. O objetivo deste estudo é avaliar a expressão imunoistoquímica do biomarcador de hiperplasia TWEAK em amostras parafinadas de miocárdio humano que esteve submetido a condições hipoxêmicas, e correlacionar com outros dados clinico-patológicos como idade gestacional, APGAR, prematuridade, acidose entre outros. Foram selecionados 314 casos do banco de necropsias pediátricas do Serviço de Anatomia Patológica do HC-PR, entre os anos de 1991 a 2007. Dados clínico-patológicos foram coletados de prontuários e laudos e analisados descritivamente. Após isso, os blocos teciduais parafinados que continham miocárdio adequado para a análise imunoistoquímica (n=154) foram selecionados e preparados para a confecção de lâminas utilizando-se a técnica de Tissue Microarray (TMA). As lâminas prontas foram submetidas à técnica de imunoistoquímica usando-se o anticorpo TWEAK. A leitura da imunoistoquímica foi realizada com microscopia óptica e análise morfométrica (Image Pro-Plus®) com medida de área imunopositiva por campo de grande aumento em µm². Os resultados imunoistoquímicos foram correlacionados com os dados clínicos da amostra. Houve prevalência superior de prematuros quando comparados aos de termo e leve predomínio do sexo masculino (54,5%). A hipóxia perinatal representou cerca de 85% da causa de óbito, sendo que a doença subjacente a esta causa mais prevalente foi o dano alveolar difuso com 53,8%, a frequência de malformações foi de 35,7% e de cardiopatia 9,1%. O biomarcador TWEAK foi positivo em todos os casos do estudo, sendo que no grupo de malformados sua expressão foi mais prevalente (p = 0,001). O TWEAK pode ser considerado um bom marcador de hiperplasia em miocárdio de prematuros hipoxêmicos, principalmente em neonatos com malformações.