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Título
CARACTERIZAÇÃO DO TRANSPORTE SEDIMENTAR POR ARRASTO NA DESEMBOCADURA SUL DO COMPLEXO ESTUARINO DE PARANAGUÁ (CEP)

Aluno: Danilo Mildemberger de Oliveira - PIBIC/UFPR-TN - Curso de Oceanografia - Pontal do Paraná (MT) - Orientador: Marcelo Renato Lamour - Departamento de Oceanografia - Área de conhecimento: 10804021 - Palavras-chave: dinâmica sedimentar; carga de fundo; corrente de maré.

Partículas sedimentares entram em movimento quando o atrito gerado pelas correntes sobre o leito, excede a força gravitacional responsável pela manutenção do repouso dos grãos sedimentares. Neste sentido, os sedimentos movimentados por esta mecânica apresentam uma dinâmica bastante complexa, que é responsável em ambientes estuarinos, pela exportação/importação de partículas que regem a posição da costa e controlam as modificações da batimetria. O Complexo Estuarino de Paranaguá (CEP; 25°30'S/48°25'W) possui 46 km de comprimento em seu eixo E-W, sendo a conexão com o mar realizada através de duas desembocaduras (Sul e Norte). O comportamento morfodinâmico da desembocadura sul é influenciado, basicamente, pelo aporte sedimentar a partir da dinâmica costeira, onde a energia das correntes de marés e das ondas é mais importante que a descarga terrígena a partir dos rios. Os sedimentos da região são caracterizados por areias médias, gradando para grossas na entrada do canal principal de vazante, com grau de seleção variando de bem-selecionados a muito bem-selecionados. O objetivo deste trabalho foi estimar a capacidade de transporte de sedimentos por carga de fundo em uma seção transversal da desembocadura sul do CEP, a partir de dados hidrodinâmicos e granulométricos. Os dados de correntes foram obtidos com um equipamento ADP, em ciclos de maré de sizígia e quadratura. Estes dados somados às cartas batimétricas possibilitaram a segmentação da seção em três setores. As taxas de transporte sedimentar efetivas foram obtidas através de submersão de armadilha de sedimentos (Helley-Smith), que foi fundeada em cada um dos setores distribuídos ao longo da seção, durante as marés de quadratura e de sizígia. A partir dos dados de correntes e de batimetria, foram calculadas as taxas teóricas de transporte para cada setor analisado, de acordo com equações descritas na literatura. A análise destes dados demonstraram uma maior capacidade de transporte no setor mais profundo da seção, durante as meias marés vazante de sizígia, já que neste período foram registradas as maiores velocidades. Desta forma, a batimetria, as velocidades de correntes de maré e a granulometria dos sedimentos de fundo apresentaram uma correlação positiva com as taxas de transporte sedimentar na desembocadura sul do CEP.