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Título
RECONHECIMENTO DE REGIÕES PRODUTORAS DE MUCOPROTEÍNAS NA EPIDERME DAS PARALARVAS DE LULAS OCEÂNICAS DE GRANDE INTERESSE COMERCIAL

Aluno: Blanka Piekas Schlichta - PIBIC/CNPq - Curso de Oceanografia - Pontal do Paraná (MT) - Orientador: Érica Alves Gonzalez Vidal - Departamento de Oceanografia - Área de conhecimento: 10000003 - Palavras-chave: paralarva de lula oceânica; mucoproteínas na epiderme; família ommastrephidae - Colaborador: Ana Maria Kalinke Pereira.

Lulas oceânicas da Família Ommastrephidae, representam a maior biomassa mundial de cefalópodes. Além de sua importância comercial, constituem importantes elos tróficos nos ecossistemas marinhos. Ainda assim, o conhecimento existente sobre as fases iniciais do seu ciclo de vida é limitado. As paralarvas destas lulas possuem os tentáculos fusionados em uma probóscide e um muco espesso que recobre seu corpo. Hipóteses sugerem que a probóscide pode auxiliar a ingestão de muco enriquecido com microorganismos, ainda assim as presas e o modo de alimentação das paralarvas recém eclodidas é desconhecido. Neste contexto, este trabalho objetivou identificar as principais regiões produtoras de muco na epiderme das paralarvas através de técnicas de clareamento e procedimentos histológicos. Paralarvas de lulas Illex, com comprimento de manto entre 1 e 5 mm, foram coletadas em arrastos de plâncton e fixadas em formol 4%. Então foram submetidas à técnicas de clareamento para visualização do conteúdo do trato digestivo, sem dissecar as paralarvas. Porém, esta técnica se mostrou inadequada, visto que nenhuma presa foi encontrada no trato digestivo. Para as análises histológicas, seguiu-se o protocolo de rotina. Os cortes histológicos foram corados com Azul de Alcian, para coloração de mucopolissacarídeos ácidos e mucinas acéticas e também com ácido periódico e reativo de Schiff (P.A.S.), para coloração de glicogênio, mucinas neutras e membranas basais. Os cortes colorados com Azul de Alcian permitiram a visualização das possíveis regiões produtoras de mucoproteínas e também onde há maior ocorrência de muco ácido. Estas regiões, destacadas pela coloração azul intensa, foram o órgão próximo à glândula digestiva, a glândula salivar posterior, e também a cabeça, em especial os braços, probócide e bico. Nesses mesmos cortes também ficaram realçadas certas características morfológicas, tais como o tecido muscular do manto com espaço entre as células, a glândula digestiva envolvida por uma membrana avermelhada, indicando outra composição, e o ceco inflado, róseo e com bolhas indicando possível atividade digestiva. A análise das lâminas coradas com P.A.S está em andamento. Tais cortes histológicos também podem servir como aporte para o estudo da morfologia interna dessas paralarvas. Os resultados indicam que o Azul de Alcian é eficaz para evidenciar regiões produtoras de mucoproteínas em paralarvas dos ommastrephidos. As regiões identificadas como produtoras de muco merecem estudos detalhados para maior compreensão da importância e função exercida pelo muco nestas paralarvas.