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Título
DETECÇÃO DE TOXOPLASMA GONDII EM SÊMEN DE TOUROS E CORRELAÇÃO COM O EXAME ANDROLÓGICO

Aluno: José Eduardo Rodrigues Ribeiro e Silva - Pesquisa voluntária - Curso de Medicina Veterinária - Curitiba (MT) - Orientador: Rosangela Locatelli Dittrich - Departamento de Medicina Veterinária - Área de conhecimento: 50503030 - Palavras-chave: toxoplasmose; cultivo celular; exame andrológico - Coorientador: Ana Paula Brenner Busch - Colaborador: Marcos Vinicius Ferrari, Marília de Oliveira Koch, Luiz Felipe Silva Weber.

A toxoplasmose é causada pelo protozoário Toxoplasma gondii, um coccídeo intracelular obrigatório. É uma zoonose, tendo como hospedeiros definitivos os felídeos e principalmente o gato. A doença tem impacto econômico na bovinocultura devido aos problemas reprodutivos como abortos, natimortos, fetos mumificados e repetição de cio. O objetivo do trabalho foi correlacionar os resultados do exame andrológico com a presença de T. gondii em sêmen de touros. O estudo foi realizado em 15 touros pertencentes a uma propriedade de gado de corte, localizada na mesorregião Centro-Oriental do Paraná. Realizou-se o exame andrológico e a coleta pareada de sangue e sêmen dos 15 touros. As amostras de sangue foram coletadas sem anticoagulante e centrifugadas para obtenção do soro. No soro foi realizada a pesquisa de anticorpos anti-T. gondii pela reação de imunofluorescência indireta (RIFI, título de 1:50). O exame andrológico foi realizado segundo as normas do Colégio Brasileiro de Reprodução Animal. O sêmen foi coletado por eletro ejaculação. As amostras foram processadas no Laboratório de Patologia Clínica Veterinária da UFPR. No sêmen foi realizada a técnica da reação em cadeia da polimerase (PCR) para T. gondii e uma alíquota foi inoculada em células Vero para o isolamento do parasito. Na PCR foram utilizados os primers ITS2 e ITS5. No exame andrológico verificou-se perímetro escrotal; volume, aspecto, turbilhão, motilidade, vigor e concentração do ejaculado; percentual de defeitos maiores e menores; percentual de células normais e anormais. Os parametros foram analisados em relação à soropositividade e ao isolamento de T. gondii, pelo teste do Qui Quadrado (p=0,05). Nos 15 touros verificou-se soropositividade de 60% (9/15) para T. gondii. Todas as amostras de sêmen foram negativas para T. gondii na PCR. Das amostras de sêmen submetidas ao cultivo celular, em 26,7% (4/15) verificou-se efeito citopático e presença de taquizoítas, com infecção de 90 a 100% da monocamada em 30 a 45 dias. Dessas quatro amostras, tres foram confirmadas por PCR como T. gondii. Não houve diferença significativa entre as variáveis do exame andrológico, independente de touros soropositivos ou soronegativos e de touros com ou sem eliminação de T. gondii viável no sêmen. Os resultados comprovam que o T. gondii é eliminado na forma viável no sêmen de touros naturalmente infectados. Entretanto, o exame andrológico não forneceu informações sugestivas da presença do parasito no sêmen.