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Título
COMPARAÇÃO DE DOIS PROTOCOLOS ANESTÉSICOS PARA ANESTESIA DE COELHOS PARA PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS DE CURTA DURAÇÃO
Aluno: Beatriz Graça Gonsalves - Pesquisa voluntária - Curso de Medicina Veterinária - Palotina (MT) - Orientador: Fabiola Bono Fukushima - Departamento de Medicina Veterinária - Área de conhecimento: 50501011 - Palavras-chave: cirurgia; coelho; analgesia - Coorientador: Olicies da Cunha - Colaborador: Patrícia Rafaela Wickert, Priscilla Caroline Floriana Silvério.
O coelho é amplamente utilizado como modelo experimental em estudos biomédicos, por ser de fácil manipulação e de temperamento dócil, além de exigir pouco espaço para alojamento. Entretanto, seu uso em procedimentos cirúrgicos experimentais ainda é limitado, pelas dificuldades relacionadas à anestesia desses animais. A intubação orotraqueal é dificultada pelas características anatômicas, a indução com máscara de isoflurano pode levar a apneia e existe uma estreita margem de segurança entre o plano anestésico cirúrgico e o óbito. Deste modo, o objetivo do presente trabalho foi avaliar dois protocolos anestésicos, que permitissem a realização de procedimento cirúrgico de curta duração e grau de dor moderado. Para tanto, foram utilizados 26 coelhos Nova Zelândia, com peso médio de 3,2 kg. Todos os animais receberam a associação cetamina (25mg/kg) e midazolam (1mg/kg), por via intramuscular, adicionado de um opióide: o grupo I recebeu morfina (2mg/kg) e o grupo II, tramadol (5mg/kg). Vinte minutos após a pré-medicação iniciou-se anestesia inalatória com máscara facial e, imediatamente antes do início do procedimento cirúrgico, os animais receberam uma dose de fentanil (1,5µg/kg) por via intravenosa. Foram avaliados o tempo de início e a duração do efeito, além de parâmetros fisiológicos. Para comparação estatística empregou-se o teste t de Student, com nível de significância de 5%. O início do efeito ocorreu aos 5,5 e 4,4 minutos após a aplicação para os grupos I e II, respectivamente. A duração total da anestesia foi de 147,5 e 90 minutos, para os grupos I e II, respectivamente, com diferença significativa entre eles. Ambos os protocolos permitiram a realização do procedimento cirúrgico, que consistiu na confecção de um defeito ósseo na face medial da tíbia. A frequência cardíaca permaneceu estável e dentro dos valores fisiológicos para a espécie, sem diferença entre os grupos e entre os tempos de avaliação. Foi observada depressão respiratória significativa e duradoura após a aplicação da premedicação no grupo I (57 mpm), diferente do grupo II, em que foi observada depressão respiratória tardia, 45 minutos após a aplicação (75 mpm). Contudo, para ambos os grupos, os valores de frequência se mantiveram dentro dos valores fisiológicos para a espécie durante todo o procedimento. Diante do exposto, conclui-se que cetamina e midazolam associados com morfina ou tramadol constituem protocolos seguros para anestesia de coelhos, sendo a associação com tramadol de menor duração e menos relacionada com depressão respiratória.