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Título
DESENVOLVIMENTO DE METODOLOGIA DE LIMPEZA PARA PINGUINS PETROLIZADOS UTILIZANDO MATERIAIS SORVENTES

Aluno: Bruna Hakim de Oliveira - PIBIC/Fundação Araucária - Curso de Oceanografia - Pontal do Paraná (MT) - Orientador: Thais Helena Sydenstricker Flores-Sahagun - Departamento de Mecânica - Área de conhecimento: 10801014 - Palavras-chave: pinguim; animais petrolizados; limpeza - Coorientador: Roberta Paye Bara - Colaborador: Ricardo Krul, Hedda Elisabeth Kolm.

Todo ano durante o período de migração do Pinguim-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus) estas aves chegam ao litoral paranaense entre março e setembro. Nos últimos 12 anos foi registrado pelo PROAMAR (Projeto de Reabilitação de Aves, Mamíferos e Répteis Marinhos) o aparecimento de aves com resíduos de óleo, algumas não resistem até o fim do tratamento de limpeza, pois além do estresse pelo contato com o óleo, o processo de limpeza convencional utiliza produtos prejudiciais à saúde dos animais que pode levar ao falecimento posterior. As aves marinhas quando ficam cobertas por óleo, não conseguem voar e nem manter a temperatura corporal o que gera hipotermia, além disso, elas acabam ingerindo petróleo ao fazer a manutenção das penas causando intoxicação. A metodologia convencional utiliza óleo vegetal, material surfactante (detergente neutro) e água morna para a limpeza. Com o objetivo geral de aumentar a expectativa de vida das aves petrolizados, foram realizados ensaios com os objetivos específicos para reduzir o tempo de manuseio dos animais durante o tratamento, diminuir a utilização de material surfactante na limpeza, através de limpeza primária e testar a capacidade da limpeza primária com fibras alternativas em relação ao tempo de exposição ao óleo pelas amostras. Foram utilizadas amostras de pelagem do Pinguim-de-Magalhães. Elas foram descongeladas e em seguida embebidas com água do mar e pesadas numa balança analítica. Para os testes simulando o contato com óleo em alto mar foram utilizados óleo mineral (hidrocarboneto pesado, de origem animal com características similares ao petróleo) e materiais sorventes: manta de polipropileno (sorvente comercial) e paina (fibra da paineira Chorisia speciosa). Já foi comprovada a eficiência da paina como material sorvente de óleos pelo grupo de pesquisa em Polímeros DEMEC-UFPR, inclusive superando sorventes comerciais. A metodologia consistiu na aplicação dos sorventes, na forma de pequenas almofadas, nas amostras para retirada do óleo por sorção, em triplicata, as amostra permaneceram em contato com óleo por 12 e 24 horas. Após a limpeza primária as amostras foram submetidas a limpeza pelo método convencional. Foi contabilizados o teor de óleo retirado e a redução de surfactante aplicado, pela diferença de peso. A limpeza primária utilizando os materiais sorventes não foi aplicada nas amostras de controle. Este trabalho é resultado da parceria entre Laboratório de Polímeros do Departamento de Engenharia Mecânica, Laboratório de Ornitologia e Laboratório de Microbiologia do CEM, todos da UFPR.