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Título
A LEITURA ALEGÓRICA EM ORÍGENES

Aluno: Vinícius José Henrique da Costa Leonardi - PIBIC/UFPR-TN - Curso de Letras - Port/Alem/Ital/Grego ou Latim (M) - Orientador: Bernardo Guadalupe dos Santos Lins Brandão - Departamento de Linguística, Letras Clássicas e Vernáculas - Área de conhecimento: 80209009 Palavras-chave: platonismo; exegese; alegoria.

A pesquisa aqui relatada teve como objetivo principal a compreensão de um método exegético alegórico a partir do arcabouço platônico, especialmente em Orígenes. A contextualização dos fundamentos filosóficos envolvidos foi feita pelo estudo da obra Didáskalos, de Alcinous, comumente associada ao médio platonismo. Para isso também foram necessárias as leituras dos diálogos platônicos Fédon e Timeu. O estudo do Tratado sobre os Princípios, de Orígenes, foi central para o objetivo da investigação, já que no livro IV o autor aplica sobre as Escrituras um método de interpretação baseado no platonismo, elaborado nos três primeiros livros do tratado. De fato, o método exegético é proposto ao mesmo tempo em que é continuamente aplicado durante toda a obra. Oscilando entre argumentos especulativos e bíblicos, as interpretações das Escrituras invariavelmente tomam os textos como alegorias de verdades transcendentes. Assim, a Escritura, tal como o homem, é composta de um corpo, uma alma e um espírito. A alma da Escritura marca um primeiro passo de ascensão. É o primeiro nível de leitura após aquele corporal. Marca a primeira necessidade de investigação além do pé da letra do texto. É como um passo inicial para o próximo nível, o mais importante: o espírito. Este é sombra do invisível, contempla as realidades celestes através de alegorias e traz a sabedoria que se esconde sob o mistério. Com relação às heresias combatidas por Orígenes, fundamentais para compreensão de seus princípios, a História das Heresias, de Frangiotti, forneceu ótima contextualização. Finalmente, no que se refere a métodos alegóricos em geral, foi feita a leitura de How Philosophers Saved Myths: Allegorical Interpretation and Classical Mythology, no qual se descreve como historiadores, filósofos e teólogos não eliminaram os mitos, mas os resgataram através de alegorias.