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Título
A RECEPÇÃO DAS OBRAS DE ALFREDO, O GRANDE DA INGLATERRA NA CORTE PORTUGUESA DE AVIS

Aluno: Gabrielle Buss - PIBIC-AF/FA - Curso de História (T) - Orientador: Fátima Regina Fernandes Frighetto - Departamento de História - Área de conhecimento: 70502005 - Palavras-chave: história política; construção de identidade; história medieval.

Nosso objetivo principal é determinar a existência de um projeto de união política e administrativa sob o reinado de Alfredo, o Grande (871-899), como primeira fase do projeto que visa analisar a recepção das obras de Alfredo na corte de Avis. Ainda procuraremos analisar de que forma esse projeto se constituiu com base na produção escrita do período, tais como a biografia real de Alfredo escrita pelo monge galês Asser e as Crônicas Anglo-Saxônicas. Procuramos entender quais foram as bases legitimadoras do reinado de Alfredo, para isso utilizamos a monografia de Monah Nascimento Pereira, a autora utiliza como fonte principal a Vita Ælfredi regis Angul Saxonum, biografia de Alfredo redigida em latim, aproximadamente no ano de 893, Simon Keynes e Michael Lapidge apresentam um. do período alfrediano, apontando diversos pontos interessantes, como a apologia ao governo de Alfredo presente na biografia escrita por Asser, principalmente na reforma educacional e religiosa empreendida por Alfredo, nessa obra também é possível perceber a clara conexão feitas pelos autores entre o reinado de Alfredo e a posterior unificação política da Inglaterra. Nas Crônicas Anglo-Saxônicas o povo anglo-saxão é apresentado como um mesmo povo, que compartilha uma mesma história e que deve lutar contra um inimigo em comum, mesmo que a perspectiva utilizada pelos compiladores tenha sido à dos saxões do oeste (Wessex), os compiladores dessa obra também parecem ter tido um esforço considerável para realizar uma sinopse da história romana e cristã como contexto de seu tema principal. James Campbell apresenta em sua obra o reinado de Alfredo, se utilizando não somente das fontes escritas, como também da arqueologia, sua obra contém diversas referências ao sítios arqueológicos que podem iluminar a visão do historiador em seu trabalho. Finalizando, David Pratt enfatiza a extensão produção historiográfica já realizada sobre o período em questão, afirmando porém que cada época tem sua própria visão do século IX, o autor afirma que a reputação de Alfredo, para seus contemporâneos, foi eclipsada pelas reputações de Æthelstan e Edgar, sendo somente no final da Idade Média que Alfredo foi considerado como possível fundador da unidade política e administrativa inglesa, essa interpretação atinge seu clímax no século XVIII, em que Alfredo é visto como "fundador da constituição inglesa".