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Título
EGITO NA ENCRUZILHADA DA SECULARIZAÇÃO DESDE NASSER ATÉ A PRIMAVERA ÁRABE: UM OLHAR LOCAL

Aluno: Barbara Caramuru Teles - PIBIC/CNPq - Curso de História (T) - Orientador: Hector Rolando Guerra Hernandez - Departamento de História - Área de conhecimento: 70000000 - Palavras-chave: egito; primavera árabe; nasser.

A proposta dessa comunicação é discutir a efervescência social e política vivida no Egito recentemente, conhecida como "Arab Spring" (Primavera árabe). Problematizar o período entre a instauração do governo nacionalista de Gamal Abdel Nasser, na década de 50, até as revoltas da Saha al-Tahrir (Praça da Libertação). Busco entender estes dois eventos como parte de um mesmo processo complexo de secularização da sociedade muçulmana. O objetivo é discutir suas nuances, considerando que a partir de 1952, após a tomada do poder pelo exército egípcio, Nasser ascende como líder, propondo um governo de unificação árabe. O evento denominado Primavera Arabe 1, segundo  Schiocchet (SCHIOCCHET,2011), trata-se de um momento de revolta de caráter popular que deve ser entendido enquanto uma continuidade histórica que advém do contexto histórico de dominação sofrido pelo Oriente Médio.Ademais, inclui-se o Norte da Africa, que segundo o referido autor é composto por uma maioria árabe e possui processos históricos e sociais semelhantes aos dos povos árabes, além do pertencimento social e cultural. A Primavera árabe é entendida, portanto, como o ápice de um processo que caminha desde a colonização européia deste território, em fins do século XIX, até a descolonização e emancipação política destes países, no caso do Egito em 1923, seu processo inicial de descolonização. A finalização do processo na década de 50 é sustentada por meio da ascensão de Gamal Abd al- Nasser e a instituição de um governo pautado por propostas de laicidade, com uma política direcionada e vinculada aos interesses do socialismo soviético (Garcia: 2011). Por sua vez, na visão de Schiocchet, o desencadeamento destes fatores acontecem por meio de uma nova tentativa de libertação dos povos árabes da neo-colonização européia. A instituição de lideranças fantoche após o período de descolonização é a resposta do modelo. Dessa maneira, estudo a ascensão da Irmandade muçulmana ao poder e seu intuito de contestar diversos posicionamentos intelectuais recentes. O trabalho se debruça sobre as implicações de uma ruptura de regime e o resgate de antigas tradições,  enraizando o mais conhecido componente cultural do Oriente médio, o Islã.