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Título
AVALIAÇÃO DE DANOS NO DNA EM CÉLULAS RENAIS DE HOPLIAS INTERMEDIUS (ERITHRYNIDAE), APÓS CONTAMINAÇÃO TRÓFICA COM SULFATO DE ALUMÍNIO E NANOPARTÍCULA DE DIÓXIDO DE TITÂNIO (TIO2)
Aluno: Laís Fernanda Oya Silva - PIBIC/Fundação Araucária - Curso de Ciências Biológicas (N) - Orientador: Marta Margarete Cestari - Departamento de Genética - Área de conhecimento: 20206003 - Palavras-chave: peixes; trófico; ensaio cometa - Coorientador: Taynah Vicari - Colaborador: Fabielle Pereira dos Santos, Tatiane Klingelfus.
Nanopartículas são atrativas à atividade industrial devido suas propriedades físico-quimicas.Porém, no ambiente aquático, seus efeitos permanecem imprevisíveis. Estudos mostram que nanopartículas de dióxido de titânio (NpTiO2) podem associar-se à metais e bioacumular em alguns tecidos de peixes. O alumínio é um dos metais mais abundantes no ambiente, empregado em diversos processos industriais, além de ser matéria prima para confecção de utensílios domésticos e embalagens de bebidas e alimentos. Apesar de neurotóxico, seus efeitos tóxicos sobre os diversos sistemas fisiológicos ainda são amplamente discutidos. O trabalho objetiva avaliar os efeitos genotóxicos da NpTiO2 e Sulfato de Alumínio Al2(SO4)3 em tecido renal da espécie Hoplias intermedius (Trairão) através da utilização de biomarcadores genéticos. Foram realizados bioensaios subcrônicos (70 dias) via trófica, com 9 grupos de tratamento: Controle negativo; 0,1mg/g, 1mg/g, 10mg/g NpTiO2; 50mg/g Al2(SO4)3; 0,1mg/g NpTiO2 + 50mg/g Al2(SO4)3; 1mg/g NpTiO2 +50mg/g Al2(SO4)3; 10mg/g NpTiO2 +50mg/g Al2(SO4)3; Controle Positivo (5mg/gMMS). Cada trairão recebeu um exemplar vivo de Astyanax sp. a cada 5 dias que previamente recebeu uma injeção intraperitoneal da dose do contaminante. Após 14 ciclos de contaminação, os animais foram anestesiados e eutanasiados. Foi coletada a porção posterior do rim para a realização do ensaio cometa. Os 3 grupos de associação entre Al2(SO4)3 e NpTiO2 e os tratamentos isolados de Al2(SO4)3 e 0,1mg/g NpTiO2, não diferiram do controle negativo (p>0,05). As doses de 1mg/g e 10mg/g de NpTiO2 apresentaram maiores danos no material genético das células renais, quando comparados ao controle negativo (p<0,05). No presente trabalho, a contaminação por Al2(SO4)3 não foi significativa para os danos ao DNA em tecido renal, pois, provavelmente, a espécie Hoplias intermedius foi menos sensível que a Rhamdia quelen testada por Costa et al. (2011). Em relação às associações, pode ter ocorrido agregação entre os contaminantes, devido aos fatores de força de atração das nanopartículas e a carga dos íons de alumínio, formando agregados maiores, que não induziram danos às células do tecido renal. A menor dose de NPTiO2, pode não ter danificado as células renais devido aos mecanismos de defesa do animal, que possivelmente eliminou mais facilmente o contaminante. Já nas doses de 1mg/g e 10mg/g, as NpTiO2 podem ter sofrido bioacumulação e diferente biodistribuição no organismo, podendo ter atingido outros tecidos e causado danos ao tecido renal.