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Título
VARIABILIDADE EM FUNGOS DO GÊNERO COLLETOTRICHUM ISOLADOS DE PLANTAS DE POMARES CÍTRICOS NO ESTADO DE SÃO PAULO

Aluno: Kalinka Pereira Gonzales - PIBIC/CNPq - Curso de Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia (MT) - Orientador: Chirlei Glienke - Departamento de Genética - Área de conhecimento: 20202008 - Palavras-chave: colletotrichum gloeosporioides; podridão floral dos citros; agrotransformação - Colaborador: Chirlei Glienke, Caroline Elise Waculicz-Andrade.

As espécies Colletotrichum acutatum e C. gloeosporioides são conhecidas por serem agentes causadores da doença Podridão Floral do Citros (PFC). A PFC é caracterizada por causar sintomas em pétalas de flores, onde ocorre o aparecimento de lesões e manchas marrons ou alaranjadas, acarretando no apodrecimento e queda das flores, deixando apenas o cálice da mesma e impossibilitando a posterior formação de frutos, o que causa significativos danos na safra da laranja. Embora a ocorrência seja esporádica, quando é registrada prejudica quase a totalidade da produção daquela safra. Relatos da literatura demonstram que o fungo C. acutatum não coloniza ativamente plantas de citros, porém permanece nas folhas como um patógeno latente, até a presença de flores, quando então se desenvolve nas pétalas causando os sintomas. Com os recentes relatos de que linhagens de C. gloeosporioides podem contribuir para o desenvolvimento da PFC nos pomares, objetivou-se no presente trabalho, em continuação ao trabalho apresentado no EVINCI do edital 2012/2013, esclarecer se o fungo C. gloeosporioides coloniza plantas cítricas como endofíticos ou patógenos latentes. Para tanto, uma linhagem de C. gloeosporioides, isolada de pomares cítricos de São Paulo, foi transformada pela bactéria Agrobacterium tumefaciens com o vetor contendo o gene DsRed, que codifica para uma proteína fluorescente vermelha, além de um gene que confere resistência ao fungicida higromicina. Uma suspensão de conídios da linhagem transformada foi inoculada em plantas cítricas em casa de vegetação. A capacidade de colonização desse transformante foi analisada por subsequente isolamento e microscopia de epifluorescência. Desta forma, foi possível identificar e confirmar a penetração e colonização ativa do isolado LGMF540-DsRed1 após 28 dias de inoculação em folhas de citros. Tais resultados sugerem que ao contrário do patógeno C. acutatum, esta linhagem de C. gloeosporioides coloniza plantas de citros como o esperado para fungos endofíticos. A importância desta espécie fúngica para a epidemiologia da doença PFC necessita ser esclarecida.