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Título
ESTUDO DA SOBRESSALIÊNCIA E SELAMENTO LABIAL EM ESCOLARES

Aluno: Maria Geórgia Olinger - PIBIC/Fundação Araucária - Curso de Odontologia (MT) - Orientador: Fabian Calixto Fraiz - Departamento de Estomatologia - Área de conhecimento: 40204006 - Palavras-chave: crianças; má oclusão; lábio - Coorientador: Fernanda de Morais Ferreira - Colaborador: Bianca Lopes Cavalcante de Leão, Sara regina Barancelli Todero.

As más oclusões são variações significativas do crescimento e da morfologia dos arcos dentários, e podem ser consequência da combinação de pequenos desvios do padrão de normalidade. Este estudo teve por objetivo descrever as condições clínicas de trespasse horizontal e selamento labial de escolares da rede municipal de ensino da cidade de Campo Magro (Paraná). Os dados foram obtidos através de estudo observacional transversal representativo, envolvendo 622 crianças de 8 a 10 anos de idade e de ambos os sexos. Informações sócio-demográficas foram coletadas através de questionário enviado aos pais. O exame clínico foi realizado nas dependências das escolas, por um único examinador, previamente treinado e calibrado. O trespasse horizontal das crianças foi classificado em negativo (sobressaliência foi menor que 0 mm), normal (de 0 a 3 mm) e acentuado (maior que 3 mm). Já o selamento labial das crianças,capacidade de selar os lábios em posição de repouso, foi classificado em presente ou ausente. A maior parte das crianças (55,6%) apresentou trespasse normal, 42,6% trespasse acentuado e 1,8% das crianças possuíam trespasse negativo. A média de trespasse horizontal foi de 3,53 mm (DP = 2,14), com mediana de 3 mm e amplitude de -3 mm a 14 mm. A presença de selamento labial pode ser verificada em 76,2% das crianças. Não houve diferença na renda média per capta em salários mínimos em função das categorias de trespasse horizontal (p = 0,138, teste Kruscal-Wallis). Mas as crianças com ausência de selamento labial eram de famílias com menor renda (p = 0,002, teste Kruscal-Wallis). Os meninos apresentaram menor prevalência de selamento labial (p < 0,001, teste Qui-Quadrado), no entanto, não houve associação entre trespasse horizontal e o sexo (p = 0,439, teste Qui-Quadrado). A escolaridade dos pais não influenciou a prevalência de selamento labial nem a classificação do trespasse. Os filhos de pais que relataram que a criança já precisou de tratamento odontológico e eles não tiveram como pagar ou não conseguiram uma vaga no serviço público apresentaram menor prevalência de selamento labial (p=0,032, teste Qui-Quadrado), mas sem associação com as categorias de trespasse horizontal. Pode-se concluir que a sobressaliência fora dos padrões de normalidade e a ausência de selamento labial apresentam alta prevalência em escolares de Campo Magro e medidas preventivas devem ser adotadas para prevenir alterações oclusais mais graves.