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Título
PREVALÊNCIA DE DOENÇA DO ENXERTO CONTRA O HOSPEDEIRO BUCAL EM PACIENTES COM ANEMIA DE FANCONI

Aluno: Gabriela Schumacher de Camargo - PIBIC/CNPq - Curso de Odontologia (MT) - Orientador: Cassius de Carvalho Torres Pereira - Departamento de Estomatologia - Área de conhecimento: 40201007 - Palavras-chave: anemia de fanconi; transplante de medula óssea; rejeição de enxerto - Coorientador: Laura Grein Cavalcanti - Colaborador: Allana Pivovar, Camila Pinheiro Furquim.

A anemia de Fanconi é uma doença genética caracterizada por anomalias congênitas, falência medular progressiva e maior suscetibilidade ao desenvolvimento de neoplasias malignas, inclusive o carcinoma espinocelular oral. Esta predisposição é aumentada quando os pacientes necessitam ser submetidos ao transplante de células tronco hematopoiéticas (TCTH) para tratamento da desordem hematológica. Neste caso, os pacientes podem desenvolver manifestações bucais da doença do enxerto contra o hospedeiro (DECH), que também é um fator predisponente às transformações malignas. O objetivo deste estudo foi descrever longitudinalmente a prevalência e as características das manifestações bucais da DECH crônica em pacientes com anemia de Fanconi em pós TCTH, segundo a escala do National Institute of Health (NIH). 103 indivíduos com diagnóstico de anemia de Fanconi submetidos ao TCTH foram atendidos no ambulatório odontológico de um serviço de transplante de medula óssea de Curitiba, no período de Julho de 2013 a Maio de 2014. Os dados obtidos durante a anamnese e exame físico foram anotados em ficha clínica específica idealizada para esta pesquisa. Compuseram a amostra 19 pacientes com até 12 meses de pós TCTH, que foram submetidos a duas avaliações após o transplante, realizadas com mediana de tempo de seis meses entre uma e outra. Demais pacientes foram excluídos do estudo por terem sido submetidos a mais de um transplante, por não terem seu exame impedido por limitação de abertura bucal importante e por falta de informações referentes ao TCTH no prontuário médico. Dos 19 pacientes, 11 eram do gênero masculino (58%) e 8 do gênero feminino (42%), com idade mediana de nove anos (cinco a 22 anos). A maioria dos pacientes (68%) recebeu células de doadores aparentados, com células provenientes da medula óssea (95%). Quatro pacientes (21%) apresentavam lesões compatíveis com DECH crônica quando avaliados a primeira vez, sendo que três deles (75%) desenvolveram DECH crônica de fígado também. Na segunda avaliação, realizada com mediana de tempo de seis meses após a primeira avaliação, apenas um novo caso de DECH com acometimento bucal foi observado. Placas hiperceratóticas e lesões liquenóides foram encontradas em todos os pacientes com manifestações orais compatíveis com DECH crônica. Conhecer a prevalência da DECH crônica com envolvimento bucal e acompanhar esta população de alto risco ao desenvolvimento de câncer bucal é importante para o rastreamento e detecção precoce das lesões malignas ou com potencial de malignização.